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Um trabalho no qual o funcionário se identifique com os valores da empresa, seja contratado de acordo com a CLT e possa exercer modelo híbrido, com perspectiva de treinamento para o desenvolvimento de hard skills (habilidades técnicas), faz parte do emprego dos sonhos dos brasileiros, conforme o estudo “Procura-se o Trabalho Ideal”, realizado pelo Ecossistema Great People & GPTW.
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Uma surpresa para os organizadores da pesquisa é o fato de que o salário não é exatamente a principal prioridade para os colaboradores em busca do emprego ideal. A remuneração foi considerada importante para 64% dos entrevistados, mas, na hora de buscar uma nova colocação, o alinhamento de valores e propósitos pessoais om os da empresa é relevante para 72% dos brasileiros. Além disso, entre os 1.300 profissionais entrevistados, a flexibilidade foi apontada como prioridade para 67%.
CLT é modalidade dos sonhos para os brasileiros
O emprego seguindo as regras estabelecidas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com a chamada “carteira assinada”, continua sendo considerado como o trabalho dos sonhos dos brasileiros. A preferência de 50% dos entrevistados é pela contratação formal, sendo que somente 15% optariam pela modalidade PJ (Pessoa Jurídica). De qualquer forma, a pesquisa mostrou que 64% dos brasileiros que participaram do estudo são contratados como CLT e 14% como PJ.
Com o fim da pandemia de Covid-19, o caminho natural tem sido o retorno às atividades presenciais e esse movimento foi constatado pelo estudo. De acordo com os dados, 43,8% dos entrevistados trabalham no modelo presencial, enquanto 32,8% de forma híbrida e 20% remoto. Mas, essa não é exatamente a vontade dos profissionais para o emprego ideal. Quando questionados sobre o modelo desejado, 52,8% escolheriam o trabalho híbrido, 31,3%, o remoto, e 11%, o presencial. No entanto, 64,3% dos trabalhadores reconhecem que o modelo presencial, mesmo que esporádico, é necessário para a execução de algumas tarefas.
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Trabalho impacta saúde mental
O trabalho ideal, diz a pesquisa, pode parecer uma perspectiva distante no Brasil. Enquanto mais de 60% dos profissionais gostam do que fazem, eles sentem que o emprego tem algum impacto negativo na vida pessoal, especialmente no que diz respeito à saúde física e mental.
Na relação vida e emprego, 49% afirmam que o trabalho impacta negativamente alguma área da vida. A saúde mental lidera a lista de impactos, apontada por 80% dos profissionais. Em seguida foram citadas a saúde física (41%) e o sono (37%), além das relações familiares (28,4%), alimentação (23,8%) e lazer (20,6%).
Na busca pela garantia de saúde emocional e psicológica no ambiente do emprego ideal, 57% dos profissionais afirmaram que é preciso sentir confiança na equipe e nos líderes, enquanto 20% deles citaram como solução conversar abertamente sobre os sentimentos.
Busca por qualidade de vida é algo em comum
A diretora de Conteúdo e Relações Institucionais do Ecossistema Great People & GPTW, Daniela Diniz, destaca que o ‘emprego ideal’ não é o mesmo para todos. Ela ressalta que é necessário considerar as múltiplas vivências de quem transita pelo mercado de trabalho.
“Cada pessoa sabe o que busca e o que se alinha aos seus propósitos, valores, estilo de vida e momento vivenciado. No entanto, a busca por mais equilíbrio e qualidade de vida é algo em comum aos entrevistados”, analisa.
Pesquisa incluiu ESG e diversidade
Além dos dados já citados, a pesquisa em torno do emprego ideal também considerou questões de liderança e clima organizacional, além de aspectos relacionados à ESG e diversidade, que integram uma agenda crescente a ser considerada na busca por um novo trabalho. As iniciativas de Diversidade, Equidade e Inclusão são relevantes para 44% da amostra, ao buscarem um novo trabalho. Já os critérios ESG (meio ambiente, social e governança) são considerados por 35,5% dos entrevistados.
O levantamento também abordou qual é o papel ideal da liderança para os trabalhadores no emprego ideal. Entre as características citadas pelos funcionários estão a capacidade de comunicação (80%), empatia (77%) e inteligência emocional (60%). Habilidades como delegar tarefas, conhecimento do negócio e honestidade também foram apontadas.
Porém, o papel da liderança também aparece nos impactos negativos do trabalho. Para 48% das pessoas, o despreparo da liderança e falhas na comunicação são as principais dificuldades, seguidas pela sobrecarga de trabalho (46%). Relações ruins com a equipe e colegas (36%) e falta de clareza e transparência sobre a estratégia e tomadas de decisão chegam a 26%.
Desejo de treinamento de hard skills
Na busca pelo emprego ideal, chama a atenção um outro aspecto: o desejo de treinamento e desenvolvimento para transições profissionais. Entre os entrevistados, 86% gostariam de ter oportunidade para desenvolver suas habilidades técnicas (hard skills). Quando questionados sobre quais softs skills (habilidades comportamentais) gostariam de desenvolver, destacam a liderança, seguida por autoconhecimento, e estudos voltados à tecnologia e tendências do futuro.
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