A construção de uma liderança estratégica e inspiradora passa por várias iniciativas e, agora, ganha ainda mais relevância em função de um novo ambiente corporativo altamente fragmentado, tecnológico e competitivo. Para muitos especialistas, é preciso ampliar a visão de liderança para influenciar novos comportamentos e construir times alinhados à cultura e aos desafios organizacionais.

Uma lista de desafios emergentes, apontada por Kedma Nascimento, professora associada da Fundação Dom Cabral, resume e ajuda a entender estes novos tempos. A primeira preocupação do líder está na capacidade de praticar apropriada e competentemente uma liderança situacional, adaptativa e facilitadora nos momentos certos, para extrair o melhor do potencial das pessoas e equipes frente às exigências do desempenho e da sobrevivência das organizações.  A partir daí podemos chamar a atenção, citar, dentre outras, seis questões que vêm desafiando a liderança e as organizações em seus processos de se manterem sustentavelmente competitivas num cenário tão incerto: ultracompetitividade, equilíbrio emocional, relacionamento interpessoal, cultura organizacional, tomada de decisões e equipes sistêmicas para ambientes produtivos e atitudes inspiradoras.

  1. A ultracompetitividade, vem sendo definida como o ato de superar limites para se manter à frente e relevante, provocando a inovação, o posicionamento colaborativo e resultados de alta performance considerando cenários de mudanças rápidas e incertezas. 
  1. O equilíbrio emocional tornou-se peça-chave para a saúde mental e física dos indivíduos, das organizações e da sociedade. Como tal ela trata o querer investir no autoconhecimento, no desenvolvimento da inteligência, da competência e da sabedoria emocional, imprescindíveis para os processos de confiança e vulnerabilidade que contribuem efetivamente para a maturidade dos indivíduos nos vários processos sociais e, atitudes e comportamentos consistentes e coerentes frente às muitas exigências de produção e vida. 
  1. O relacionamento interpessoal eficaz é o princípio e o fim de tudo que somos e fazemos enquanto seres humanos e por isso a base para o propósito de vida, para o preenchimento da necessidade de reconhecimento e para o desenvolvimento da autoestima. Estes três fatores dotam-nos de força e higidez para enfrentarmos os grandes desafios da vida em quaisquer circunstâncias. O posicionamento de um indivíduo nas relações com superiores, pares, subordinados, clientes, fornecedores, concorrentes, etc, depende dos cinco elementos críticos do relacionamento interpessoal: autoimagem, saber ouvir, auto abertura, saber lidar com situações de contrariedade e clareza na comunicação, o que hoje é exigido num tempo recorde com resultados excelentes.
  1. O quarto desafio envolve a cultura organizacional, uma vez que ela vai ter que considerar a convivência entre diferentes gerações, com diferentes valores, mindsets e conceito de sucesso, a conexão entre as pessoas e os processos e a cadeia de valor, o impacto dos novos modelos de trabalho, além de assegurar a forma e o ritmo que a organização precisa fazer acontecer para garantir a execução plena de suas estratégias. O sucesso ou fracasso das organizações está diretamente associado ao alinhamento ou reinvenção cultural.
  1. A tomada de decisões entra na lista pela necessidade de iniciativas que sejam conscientes, equilibradas e alinhadas ao negócio, mesmo sob muita pressão. Dado o número de informações geradas cientificamente por minuto em cada área do conhecimento, além da velocidade das mudanças, o processo decisório para ser assertivo precisa reunir as visões e conhecimentos atualizados de todos os ângulos da organização, com vistas ao negócio, num tempo limitado.
  1. A formação, desenvolvimento e retenção de equipes sistêmicas, tornou-se uma condição sine qua non para que a cultura abandone o antigo modelo de feudo e comece rapidamente a funcionar olhando para o negócio a partir dos vários ângulos de visão da organização e dos conhecimentos atualizados em torno da proposta de valor. O sucesso da equipe sistêmica está associado ao aprender, desaprender e reaprender continuamente no Just-in-time, fator-chave para ambientes emocionalmente saudáveis, criativos, inovadores e produtivos.