O trabalho remoto é um privilégio que não abrange todas as pessoas. E mais: um percentual significativo delas se declara autônomo ou freelancers, ou seja, não estão ligados formalmente a nenhuma empresa. Segundo a pesquisa (Con)vivência nas cidades, da MindMiners, há total satisfação entre as pessoas que trabalham com esse formato, mas o mesmo não acontece no caso de quem vem operando de forma híbrida. A razão? Se migrassem para o presencial, a insatisfação seria maior do que a migração total para o remoto.
Os questionamentos do levantamento, que faz parte de uma pesquisa maior abordando outros aspectos, indica que há um interesse maior pelo trabalho remoto, o que é um desafio, na medida em que nem toda atividade pode ser feita dessa forma.
Espaço próprio para o trabalho é um desafio
Outro desafio apontado para a operação remota é a falta de um lugar específico para trabalhar. O levantamento aponta o uso de quarto, sala, quintal e varanda, lembrando que as moradias atuais estão minimamente adaptadas a esse novo modelo crescente de trabalho. E a necessidade de um espaço que permita o foco, sem interrupções externas, é mandatório.
A pesquisa aponta, por exemplo, que a improvisação mais citada é a da inclusão de mesa ou escrivaninha no quarto (39%). O escritório, citado por 27%, é mais presente na classe A e é composto por um cômodo exclusivo para esse fim. A improvisação na sala também é citada (26%) e até mesmo o trabalho na cama (23%) ou no sofá (23%). Mais de um espaço foi citado nas questões, o que explica as variações.
Mais preocupante é que em 36% disseram que não fizeram nenhuma adaptação para o trabalho a distância, sendo que a maioria, nesse caso, não tem filhos e opera no modelo híbrido. Um terço, porém, investiu no aumento da velocidade da internet e um em cada quatro comprou uma mesa nova. O mesmo percentual acontece na compra de uma cadeira nova. Só 23% separaram um cômodo só para o trabalho e a maioria, nesse caso, não tem filhos e faz home office.