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D&I em conselhos é a meta de executivas  

Diversidade e inclusão precisam ser estimulados dentro dos conselhos de empresas, defendem especialistas no tema

Diversidade e Inclusão © - Shutterstock
por Redação outubro 17, 2023
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A diversidade e inclusão (D&I) também deve fazer parte dos conselhos de administração na avaliação de Carolina Ignarra, cadeirante, CEO e fundadora da Talento Incluir, e Grazi Mendes, diretora de Diversidade, Equidade e Inclusão para América Latina da consultoria global ThoughtWorks. As duas executivas defenderam esse ponto de vista durante o evento Mulheres em Conselhos, realizado no começo de outubro, na sede paulista da Fundação Dom Cabral (FDC). 

Carolina está à frente de uma empresa especializada em incluir profissionais no mercado corporativo e destacou que, no seu lugar de privilégio: mulher branca e executiva em uma consultoria de talentos, ela pode ajudar outras executivas a terem oportunidades de inclusão. Ao mesmo tempo, ela pontuou a importância dos conselheiros nesse engajamento, destacando que, além da mentoria de executivas experientes que recebeu no passado, inclusive durante a pandemia, a estimulou a criar o próprio conselho da sua empresa, convidando cinco profissionais para compor o quadro. 

A experiência positiva já acontece há três anos e, atualmente, o conselho tem a presença, entre outras, de Patrícia Araújo, diretora de RH do Mercado Livre. 

Grazi Mendes, por sua vez, destacou sua experiência pessoal como mulher e negra para avançar no mundo corporativo, onde atuou por mais de 22 anos em grandes empresas. Hoje, liderando sua própria empresa de consultoria e atuando como professora da FDC, ela ressaltou a importância de políticas públicas para D&I e também o papel das corporações na ampliação desses espaços.

Em sua trajetória, a executiva precisou, entre outras ações, ser mais incisiva, inclusive acentuando o tom grave de voz, para ser ouvida como profissional mulher e negra. Para ela, a discussão sobre acesso às universidades e ao mercado formal de trabalho não deveria ser assunto ainda discutido em 2023. 

Grazi lembrou também que existem muitas barreiras de acesso para pessoas negras e pobres, e disse que aproveitou todas as brechas, incluindo a possibilidade de ter uma boa formação educacional. 

A executiva também usou a experiência de ter aproveitado as oportunidades para trazer uma perspectiva de discussão mais ampla sobre D&I, uma vez que, o que ela chama de Brasil profundo, precisa estar na sala do conselho e fazer parte do repertório das lideranças.

Executivos aliados na Diversidade e Inclusão

© – Shutterstock

O engajamento feminino na ampliação de D&I entre os conselhos faz parte  igualmente das ações de Andrea Mansano, fundadora do grupo Mulheres em Conselhos e CEO para a América Latina da EF Education First. 

Uma das formas de pressionar pela ampliação da presença feminina nessa instância das corporações é criar aliados entre os executivos que fazem parte dos conselhos. Segundo ela, essa estratégia tem sido bem-sucedida, uma vez que há vários altos executivos frequentando os grupos de WhatsApp da iniciativa. 

Eles também fazem parte da lista do Linkedin das executivas, que já supera os 2 mil nomes. A busca por aliados pode ser ainda mais efetiva com a possibilidade de a iniciativa se tornar um instituto, o que vem sendo discutido por ela. 

Como D&I não significa exclusão, executivos como Fábio Sant´Anna, diretor de Gente, Diversidade e Inclusão na Arcos Dourados, e Carlos Braga e Roberto Sagot, ambos da FDC, também têm se integrado à discussão sobre diversidade e inclusão em conselhos.

Para Sant´Anna, sua experiência como executivo negro há 30 anos em trabalhos de mentoria, de projetos de consultoria e, principalmente, na atuação em conselhos, pode ser um repertório rico para outras corporações. 

Braga, por sua vez, avalia que a mudança de capitalismo de shareholder para o capitalismo de stakeholder tem ressignificado o propósito das empresas. Isso significa não se limitar à busca somente de lucro, mas assumir outros papéis, inclusive o de atender às demandas de D&I.  

Roberto Sagot, por sua vez, destacou que o assunto diversidade e inclusão é prioritário na FDC. “Talvez algumas empresas não tenham acordado para isso, mas vão acordar para a necessidade de aumentar a D&I, inclusive nos conselhos de administração. É um tema dos mais urgentes”, concluiu. 




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