Em 2022, o estudo Women CEOs of the S&P 500 revelou que apenas 33 mulheres (6,6%) eram Chief Executive Officers (CEO) no universo das 500 maiores empresas listadas no índice Standard & Poors. Em 2023, o índice subiu para 53 (10,2%), o que, para a empresária Andrea Mansano, é uma representatividade ainda muito baixa.
“Os homens ainda representam a esmagadora maioria de CEOs. Essa jornada ainda é muito longa e a evolução é muito pequena”, afirmou a executiva, ressalvando que os países com maior igualdade de gênero nessas posições são Noruega, França e Suécia.
Andrea Mansano é engajada na causa da mulher em postos de liderança. Ela é embaixadora do grupo Mulheres ao Cubo, do Cubo Itaú e, há quatro anos, ela ainda criou o EVA Business Group, com oito amigas. Hoje, são 400, e com apoio a carreiras e mentorias. “O propósito é que todas as empresas tenham pelo menos uma mulher no C-Level”.
Bolsas de Valores nos EUA exigem mais mulheres
Andrea cita como avanço o fato de as bolsas de valores norte-americanas terem passado a exigir maior número de mulheres nos Conselhos das empresas. Nos EUA, as empresas listadas na Bolsa devem, desde 2021, ter pelo menos dois integrantes “diversos”, sendo uma mulher e outra pessoa pertencente a grupo minorizado. No Brasil, porém, nem todas as empresas no Brasil possuem Conselhos. A diversidade em Conselhos, defende Andrea, é importante sobretudo para a longevidade das organizações.
“Não se pode mais navegar nos mesmos moldes de sempre e o Brasil deveria seguir esse exemplo”, defende. “As empresas lideradas por mulheres e com mulheres em Conselhos têm mais oportunidade de crescimento e longevidade. Exigências como a da Bolsa dos Estados Unidos deveriam ser uma regra também aqui no Brasil. Infelizmente, vivemos uma cultura local e regional machista”, acrescenta a executiva, que não vê no Brasil e na América Latina como um todo incentivos para aumentar o número de mulheres em Conselhos de Administração.
Leia também:
Para Andrea, as empresas perdem ao não dar peso de diversidade e equidade em seus conselhos, já que isso representaria aumento de produtividade e lucratividade. A executiva também alerta que é muito baixa a representatividade de grupos étnicos nos Conselhos de Administração. “Lamentavelmente, menos de 1% das mulheres em posições de Conselhos são negras. É totalmente absurdo termos que discutir esses temas nos dias de hoje”, afirma. “As mudanças acontecem a partir da educação e a partir de uma oportunidade”, conclui.