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“Quero ler um dia que é normal ter mulheres em posições de alta liderança”, diz Tatiana Rocha, da Localiza&CO

Executiva conta os desafios de sua recém-assumida posição como diretora de marca da Localiza&CO

tatiana rocha localiza&co Tatiana Rocha | Foto por: Vinicius Matos
por Redação março 8, 2023
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A executiva Tatiana Rocha assume a liderança da recém-criada diretoria de marca da Localiza&CO, tendo como principal desafio impulsionar a relação de proximidade da empresa com o público. Engenheira de formação, com pós-graduação em Marketing e Finanças, Tatiana era gerente de marca da empresa há quatro anos, sendo responsável pelos times de branding, publicidade, conteúdo e trade.

Agora, com uma equipe que soma mais de 50 profissionais, ela enxerga que a sua promoção representa o combate a “vieses inconscientes que impedem tantas mulheres de chegarem ao topo”. E deseja que, assim como o caso dela, muitas outros virão para reforçar essa representatividade até normalizar a questão. “Quero ler um dia que é normal ter mulheres em posições de alta liderança”, disse.

Integrante da Comunidade FDC Alumni Network, rede de conexão de conhecimento com mais de 30 mil membros, e participante de duas edições do Movimento Conexões Mulheres, Tatiana concedeu esta entrevista exclusiva ao Seja Relevante. Acompanhe.

Entre as atribuições na diretoria de marca da Localiza&CO, lemos que você estará à frente de branding, publicidade, conteúdo e trade. Como os esforços entre esses 4 pilares serão divididos?

São frentes muito complementares: branding dá diretrizes estratégicas para que publicidade, conteúdo e trade possam tornar essas diretrizes tangíveis. Aqui na Localiza, a gente busca fazer tudo de maneira muito integrada, principalmente considerando que a jornada do cliente não é nada linear. Então você pode ser impactada por uma publicidade num momento, por um conteúdo que a complementa em outro e por uma ação de ativação da mesma campanha em um terceiro momento. Os esforços são contínuos. Como liderança, foco meus esforços em garantir que os times tenham todas as ferramentas necessárias para executar suas entregas, remover obstáculos, desenvolver equipes e trazer o estado da arte para dentro da companhia.

Alguns especialistas classificam que estamos na “Era da Informação” e que isso muda ações de publicidade, que dão lugar às ações de informação, geradas e geridas pelas marcas. Como você avalia essa questão?

Tatiana Rocha Localiza&CO
© – Shutterstock

Aqui eu tenho uma opinião (um pouco) polêmica (rs). Muito se falou nos últimos anos sobre a morte da publicidade e da substituição desta por conteúdo. Seria um dilema entre conexão versus interrupção. O que os últimos dois anos me mostraram é que existe o espaço de ambos, que são absolutamente complementares e necessários. Eu posso fazer um conteúdo incrível e super engajante, mas ainda preciso impulsioná-lo para que mais pessoas o acessem. Também posso fazer publicidade que chame as pessoas a se conectarem com o meu conteúdo e, a partir daí, transformar a minha audiência em comunidade. Posso fazer uma ação de trade incrível, que comece no contato físico e termine nas minhas redes sociais. Ou um filme de TV com uma história que vai ser concluída no meu blog. São inúmeras as possibilidades.

O que fica então é a lição de que os profissionais de marketing serão cada vez mais diversificados. Precisarão entender de branding, publicidade, conteúdo, performance, e por aí vai. Mas, principalmente, precisarão saber promover colaboração entre todas essas disciplinas e fazer entregas integradas e full funnel (ou seja, que abrange toda a jornada do cliente com a marca).

Qual é a equipe sob a sua gestão e como ela deve ser desenvolvida nos próximos tempos?

A minha equipe tem quatro gerentes sêniores e cerca de 50 pessoas ao todo. São profissionais de altíssimo potencial criativo, que atuam em modelo ágil fazendo mais de 600 entregas por mês. Nosso próximo desafio está em entender como o conteúdo e a produção visual gerados por inteligência artificial podem ser incorporados em nossos processos de maneira que tenhamos as tarefas mais operacionais automatizadas e que nosso capital intelectual possa ser concentrado em inovar cada vez mais.

Qual foi a contribuição da FDC na sua carreira e que aprendizados você pode destacar como parte do seu modelo de gestão?

Foi fundamental! Após 20 anos atuando no marketing, a tendência é ficarmos muito imersos em nosso próprio universo. O Executive MBA me ajudou a abrir o olhar para as outras áreas da companhia, a expandir o pensamento estratégico e a entender como todas essas peças se encaixam e como posso extrair delas maior valor para o negócio.

Além disso, fiz amigos para toda a vida, pessoas incríveis com quem também aprendi e troquei muito.

Na FDC, você também participou do Movimento Conexões Mulheres por duas edições. Quais benefícios dessas jornadas você poderia destacar?

Por mais que tenhamos evoluído como sociedade nas questões relacionadas à mulher no ambiente corporativo, ainda vivemos jornadas bastante solitárias. O Conexão Mulheres é uma oportunidade maravilhosa de troca com outras mulheres com jornadas fantásticas. Através do Conexão percebi que ficamos mais alertas às situações que deveriam gerar desconforto, mas que muitas vezes são normalizadas. Aprendemos a dar a elas a real dimensão, lidamos melhor com as dificuldades do dia a dia no ambiente de trabalho e nos lembramos de que não estamos sozinhas. Aprendi muito! Acolhi e me senti bastante acolhida.

A questão da equidade de gênero entre os C-Levels tem sido bastante debatida. Como você a avalia e qual mensagem de representatividade você traz nesse sentido, principalmente ao alcançar a diretoria de marca da Localiza&CO?

Tatiana Rocha Localiza&CO
© – Shutterstock

O fato de termos poucas mulheres em posição de diretoria, fez com que muitas características femininas fossem entendidas como inadequadas para se ocupar essas posições. Isso fez com que muitas de nós, ao longo dos anos, se “masculinizassem” para se adequar.

A cada nova mulher em cargo de liderança, estamos contribuindo para normalizar que, o que faz uma pessoa adequada para determinada posição de liderança nada tem a ver com gênero. E aqui eu quero enfatizar que normalizar é fazer com que seja normal. Quero ler um dia que é normal ter mulheres em posições de alta liderança. E assim vamos combatendo, um a um, os vieses inconscientes que impedem tantas mulheres de chegarem ao topo.

A minha promoção significa isso, e muitas outras que ainda virão também significarão.




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