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Quiet firing: entenda a resposta das empresas para o quite quitting

Liderança imatura, metas de turnover e custos rescisórios são principais motivos da prática

quiet firing © - Shutterstock
por Redação dezembro 27, 2022

Depois do fenômeno do quiet quitting, no qual funcionários passam a trabalhar somente o mínimo possível para não serem demitidos, as empresas estão fazendo uma espécie de resposta: o quiet firing, ou, demissão silenciosa. Se no primeiro caso são os funcionários que tomam a iniciativa de pisar no freio, no segundo são as empresas que adotam medidas como suspensão de feedbacks, congelamento de promoções, entre outras ações para fazer com que o funcionário se sinta desvalorizado e peça para sair. 

Segundo reportagem publicada na Isto É Dinheiro, a Chief Happiness Office e diretora da Reconnect, Renata Rivetti, explica que as duas situações não são boas para nenhum dos lados. “Ambos os movimentos são ruins. Essa resposta ao quiet quitting é muito negativa, pois cria um ambiente sem humanidade, sem empatia, e pode destruir a cultura de uma empresa. Essas relações podem fazer a empresa não conseguir inovar e criar. É um passo atrás”, argumenta.

Já uma publicação do site Sim Carreira pontua que o conceito de demissão silenciosa por parte do empregador é baseado na criação de um ambiente de trabalho insuportável para o colaborador, para que ele solicite o desligamento.

Algumas ações utilizadas nesse processo são:

© – Shutterstock
  • Deixar de praticar o feedback
  • Descuido com o aprendizado e evolução do colaborador
  • Diminuição ou sobrecarga de tarefas
  • Atribuição de tarefas muito abaixo ou complexas para o cargo
  • Isolamento social no ambiente de trabalho
  • Exaustão física ou mental
  • Exclusão de promoção
  • Falta de reconhecimento do profissional

Independente do estilo de liderança praticado, se o gestor está agindo de forma consciente ou inconsciente ao assumir uma postura e realizar ações para encorajar o colaborador a se desligar, está praticando o quiet firing. Entre três fatores que levam ao quiet firing estão uma liderança imatura, metas de turnover e custos rescisórios. 

Impactos negativos do quiet firing

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  • Resultados abaixo do esperado
  • Falta de motivação e engajamento
  • Clima interno prejudicado
  • Ambiente sem humanidade
  • Falta de empatia
  • Comunicação ineficaz
  • Cultura organizacional enfraquecida.

Quite firing pode ser considerado assédio? 

No caso do quiet firing, o especialista em direito do trabalho pela Universidade de São Paulo (USP) e sócio do Ambiel Advogados, Carlos Eduardo Ambiel, diz que a legislação brasileira não permite ações nesse sentido por parte do empregador e que o trabalhador pode recorrer à Justiça. 

Já no caso do assédio moral em ambiente de trabalho, Ambiel afirma que apesar dos casos mais comuns serem aqueles onde o chefe humilha o subalterno na frente dos colegas, nada impede que ações como o quiet firing sejam tratadas como tal pela Justiça. 




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