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Do ChatGPT ao metaverso e habitação popular: as impressões da SXSW

Avanço da IA e suas implicações no mercado de trabalho também dominaram as impressões da SXSW, realizada em Austin (Texas)

impressoes da SXSW Foto: SXSW – Divulgação
por Redação março 28, 2023
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A evolução do mundo virtual foi um dos principais focos de impressões na SXSW 2023, um megaevento realizado em março em Austin, no Texas. Trata-se de um dos encontros mais importantes da atualidade, reunindo pessoas do mundo inteiro durante dez dias para debater temas como inovação em mídia, interatividade, comportamento, música e consumo.

Os impactos da Inteligência Artificial (IA) no mundo do trabalho foi um destaque. Será que os humanos vão se tornar assistentes de robôs? A ideia foi desmistificada por vários especialistas, como reportou o site B9. Mas também houve a análise de que o mercado de trabalho potencializado pela IA nos convida a repensar conceitos de produtividade, rotina operacional e dinâmicas de contratação. 

Alguns estudos, inclusive, mostraram que, historicamente, as tecnologias disruptivas criaram mais empregos do que tiraram, mas ainda não há clareza se isto se repetirá na era da IA exponencial. “Tecnologia, no longo prazo, cria mais empregos”, opinou Chris Hyams, CEO da plataforma de RH Indeed.

Criação da bomba atômica

Mas não é possível ignorar os impactos no emprego, diz a matéria do B9. Na publicação, o CEO da Indeed comparou a criação de IAs auxiliares e generativas à criação da bomba atômica. “Eu acho que particularmente as empresas de software, pela velocidade de crescimento dessa indústria, não têm bases éticas e filosóficas. Muita gente está criando coisas tão poderosas quanto o que fez Oppenheimer (desenvolvedor da bomba atômica), mas não têm noção do seu impacto”, opinou Hyams.

Greg Brockman (Foto: Reprodução/ Galeria SXSW)

Já o CEO da Open AI, Greg Brockman, disse acreditar que habilidades humanas serão amplificadas com a IA, já que não apenas tarefas mecânicas serão automatizadas. “Estamos vendo algo diferente na prática. Vemos muito mais avanço em IA para trabalho cognitivo”, disse, usando como exemplo o Chat-GPT.

Estagiários virtuais

Kevin Kelly, cofundador e ex-editor da Revista Wired, disse apostar que teremos “estagiários” inteligentes para executar tarefas. Com o ChatGPT e similares, será como se cada trabalhador contratasse seis assistentes. “Eles podem ser imperfeitos, mas estarão sempre lá para ajudá-lo a trabalhar, 24 horas por dia e 7 dias por semana”, argumentou.  

Já a ex-CEO da IBM, Ginni Rometty, acreditava que será a primeira vez na história que as pessoas terão de reciclar completamente suas habilidades. “Isso parece assustador para muita gente, mas vai ser comum você recomeçar a carreira várias vezes ao longo da vida”, afirmou 

Atenção ao abismo digital

impressoes da sxsw
Amy Webb (Foto: Reprodução/ Facebook SXSW)

Ao abordar tendências, Amy Webb, futurista americana, fundadora e CEO do Future Today Institute, falou do potencial abismo digital que surgirá e seu impacto no mercado de trabalho.

Para ela, os melhores postos de trabalho futuros podem ser ocupados por pessoas que sabem escrever prompts para inteligências artificiais generalistas. Por outro lado, a futurista afirmou que a IA pode diminuir nosso tempo de trabalho em até 55%. Assim, a tendência é que revisemos o nosso estilo de trabalho e o conceito de produtividade. “Se você é uma pessoa que aprende a usar a inteligência artificial agora, é como ter uma vantagem imensa”, disse.

Semana de quatro dias e responsabilidade socioambiental

O SXSW também trouxe representantes de um estudo sobre a semana de 4 dias no Reino Unido. Como relatou o Seja Relevante recentemente, parte das empresas da região começaram a adotar a semana de trabalho de quatro dias depois da realização de um programa piloto que avaliou os resultados da nova jornada de trabalho positivamente. No SXSW, os especialistas defenderam como isto pode ser benéfico para empresas e colaboradores no que tange aspectos de qualidade de vida.

Já em questões de responsabilidade socioambiental, conforme noticiado na revista Exame, Ryan Gellert, CEO da Patagonia, marca de roupas e equipamentos esportivos, abordou a iniciativa da empresa de que 100% do lucro será gerenciado por uma fundação voltada para ações ambientais. Como um incentivo, ele falou que marcas engajadas inspiram consumidores, que voltam a consumir as mesmas marcas, gerando mais receita.

O peso do metaverso

© – Shutterstock

O canal da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Andima) no Youtube abordou as discussões em torno do metaverso no SXSW. Baseada em relatório do Copenhagen Institute for Future Studies, apresentado no SXSW, a Andima pontuou que o metaverso perdeu espaço nas manchetes, mas está em constante evolução.  

O estudo reforçou que o metaverso está “engatinhando” e estará maduro daqui a uma década. O serviço só conseguirá evoluir após a convergência com outras tendências que ainda não estão totalmente estruturadas, como é o caso da web3, inteligência artificial, tokenização, realidade aumentada e internet das coisas. 

Habitação popular

Já a Gerdau, maior empresa brasileira de aço, e com forte presença nos EUA, comemorou em a sua estreia no SXSW. A companhia é parceria oficial do evento e promoveu um painel sobre inovação e soluções na habitação popular. “Com a participação no SXSW, a Gerdau busca aproximar a sua marca do ecossistema de inovação, debatendo soluções para um futuro mais sustentável para o nosso planeta”, dise Pedro Torres, líder Global de Comunicação Corporativa e Marca da Gerdau. “Temos uma importante presença no mercado norte-americano, produzindo aço a partir de sucata metálica, o que torna a nossa participação no SXSW uma oportunidade de também nos conectarmos ainda mais com a sociedade americana”, acrescentou.




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