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A imagem das empresas junto a seus empregados está aquém do desejado. Pesquisa realizada pela empresa de recrutamento Robert Walters, com mil funcionários revelou que 60% afirmaram ter sofrido algum tipo de estresse relacionado ao local de trabalho neste ano. A maioria disse que a saúde mental diminuiu, como resultado do estresse. Além disso, 55% dos entrevistados não acham que os empregadores estão fazendo o suficiente para ajudar a reduzir o estresse no ambiente de trabalho.
Quando questionados sobre o que causa o estresse no ambiente de trabalho, a preocupação dos funcionários com a estabilidade no emprego aparece como fator número um, apontado por 45% dos respondentes. Isto, segundo o levantamento, revela um alto índice de sensação de insegurança ocupacional.
A este gatilho, seguem-se outros aspectos que atormentam o bem-estar dos empregados, como pressão da administração (23%), falta de aumento salarial (19%) e assumir uma carga de trabalho mais pesada neste ano (13%).
Muitas horas de trabalho, cargas laborais pesadas, prazos apertados, expectativas pouco claras e conflitos com colegas ou supervisores também foram fatores citados como geradores de estresse.
Estresse “muito frequentemente”
Os entrevistados desta fatia de 60% que sentiram algum tipo de estresse no ano foram perguntados pela Robert Walters com que frequência experimentaram essas sensações negativas. Aproximadamente um terço (33%) afirmou “muito frequentemente”. Outros 27% responderam “um pouco frequentemente” e 31% identificaram que isso acontece “às vezes”. Apenas 9% afirmaram que não experimentaram nenhuma forma de “estresse recorrente” no trabalho este ano.
Os resultados negativos seguem na contramão de um cenário no qual, segundo a Robert Walters, as empresas brasileiras vêm gastando mais com iniciativas voltadas ao bem-estar dos funcionários – estes gastos teriam aumentado 20% em média desde a pandemia.
Apesar disso, menos de 20% dos profissionais sentem que os empregadores estão fazendo o suficiente para evitar o estresse, e outros 27% percebem alguns esforços. Mas a maioria (55%) afirmou que os empregadores simplesmente não estão fazendo o suficiente.
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“Medidas podem atuar apenas com um band-aid”
“Os empregadores do Brasil gastam uma boa quantia por funcionário em iniciativas de bem-estar e benefícios todos os anos. Mas nossa pesquisa indica que eles podem estar aplicando apenas um band-aid”, disse Fabiano Kawano, diretor da Robert Walters Brasil.
Para o executivo, o estresse no local de trabalho é algo que todos da empresa têm parcela de responsabilidade. No entanto, cabe aos líderes sêniores e ao RH definir o tom de como tratá-lo. “Uma das iniciativas importantes é ser proativo e ouvir as necessidades dos funcionários”, pontuou. “Intervenções simples, como garantir que as cargas de trabalho sejam gerenciáveis, estabelecer prazos realistas e garantir que os funcionários tenham acesso a suporte, espaços seguros e recursos relevantes, podem ajudar a aliviar a pressão no local de trabalho, bem como a vida profissional diária dos profissionais,” completou Fabiano.
Se não for enfrentado, o estresse no local de trabalho pode virar uma bola de neve, gerando altas taxas de rotatividade, níveis de esgotamento dos funcionários, absenteísmo e menores níveis de produtividade.
O papel dos lideres na redução do estresse
Quando questionados sobre de quem era a responsabilidade de gerenciar o estresse no local de trabalho, 45% dos profissionais disseram que era do RH e os líderes sêniores, seguidos pelos gerentes de linha (34%). Uma fração (18%) disse que a reponsabilidade é do colaborador.
A pesquisa também quis saber como os empregados veem os níveis de produção da empresa onde trabalham. A maioria (51%) identificou a produção de sua empresa como elevada, enquanto 23% identificaram que é de baixa qualidade.