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Cooperação entre empresas reduz riscos e custos 

Especialistas defendem que parcerias estratégicas com negócios do mesmo ramo de atuação é fundamental para mitigar problemas

Marcos Troyjo, ex-presidente do New Development Bank (NDB) e Gilmar de Melo Mendes, professor da FDC (Foto: Homero Xavier / FDC)
por Redação setembro 26, 2023
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É um consenso entre os especialistas que a cooperação entre empresas tem se mostrado eficaz para lidar com desafios complexos que não podem ser solucionados por uma única organização. E é exatamente sobre esse assunto que trata a 8ª edição do Fórum das Médias Empresas da Fundação Dom Cabral (FDC), que acontece entre os dias 24 e 26 de setembro, no Campus Aloysio Faria, em Nova Lima (MG). O evento trouxe como tema O poder das conexões: o fator rede na geração de negócios. O movimento de conexões é, segundo os debates, uma promissora alternativa para enfrentar as mudanças no comportamento do consumidor e no mercado. 

O contexto econômico e político do Brasil e do mundo interfere diretamente nos negócios e deve, claro, estar no radar dos médios empresários. Marcos Troyjo, ex-presidente do New Development Bank (NDP), levantou características que vão afetar diretamente as médias empresas brasileiras. A principal delas é o grande crescimento populacional mundial.

“Nos próximos 25 anos a população vai alcançar 2 bilhões de pessoas. A humanidade levou 1929 anos para atingir 2 bilhões de pessoas. Com esse movimento, haverá uma pressão na demanda para setores de alimentos, serviços relacionados à infraestrutura e energia”, explicou. Países como China e Índia enfrentam problemas com a escassez de água, por exemplo, o que pode ser uma grande oportunidade para o Brasil.  “Assim como existe o Silicon Valey, o Brasil é um Water Valey, o Vale das Águas”, ressaltou. 

Neste cenário de mudanças, segundo Troyjo, conheceremos novas superpotências industriais. Outro ponto relevante é o redesenho das cadeias globais de valor. “Nós nos acostumamos com um mundo em que a cadeia de suprimentos é global. Esse modelo está saturado e está sendo implodido”, defende o especialista, que afirma que a saída das empresas que estão deixando a China abre mercado para uma reindustrialização para outros países do mundo, inclusive o Brasil. 

Essa desaceleração econômica da China, principal parceiro comercial do Brasil, pode assustar em primeiro momento, mas, segundo o professor associado da Fundação Dom Cabral, Gilmar de Melo Mendes, não causará muito impacto do lado de cá, pois, com o aumento de renda da população do país asiático, haverá um consequente aumento de consumo. “A demanda por commodities como metais e alimentos está aumentando. Com isso, não devemos ter um forte impacto no nosso PIB”, analisa Mendes, que foi categórico sobre o crescimento da economia nacional e global. “Em 2023, o mundo deve crescer em torno de 2,8%, enquanto o Brasil crescerá em torno de 2%.  Para 2024, estamos prevendo um crescimento de 2% a 2,5% para o Brasil”.

Outro fator relevante defendido por Troyjo, que deve ser fortemente considerado, é o talento. “Estamos vivendo o talentismo. Hoje, o talento não significa apenas vocação, mas o que você pode fazer além do você já é bom”, provocou. “Do ponto de vista das empresas, isso significa, mais uma vez, que você tem que ter uma visão 360º e explorar as conexões que podem surgir para além de sua principal atividade econômica”.

Cooperação entre empresas: as organizações precisam construir pontes 

Douglas Wegner, professor da FDC (Foto: Homero Xavier / FDC)

Neste ponto, de expansão de mercado, as conexões se fazem, uma vez mais, importantes. “As empresas do século XXI não podem atuar como ilhas. A concorrência continua existindo, e talvez esteja mais forte do que nunca,  mas as organizações precisam ser capazes de estabelecer relações e transformá-las em parcerias”, defendeu Douglas Wegner, professor da FDC. 

As empresas, no entanto, não precisam seguir um caminho similar para consolidarem sua atuação e redes. Segundo o especialista, há um menu de opções para essa atuação. “Pode ser por meio de alianças e parcerias; redes com fornecedores, distribuidores e clientes ou redes de empresas do mesmo setor – complementadores e concorrentes, por exemplo”, exemplificou, garantindo que os benefícios podem ser inúmeros. “O mais esperado é o ganho de escala, mas ele não é o mais importante. Há também a geração de soluções coletivas, geração de aprendizados e promoção de inovação aberta, além de combinação estratégica dos recursos e competências dos atores da rede”, pontuou. 

Ter acordo de parcerias e colaboração com parceiros, segundo Wegner, é combinar recursos e fazer negócios mais rentáveis com menos riscos e custos. Cuidar dos relacionamentos também é fundamental para o sucesso, e preparar as pessoas para gerar valor, por meio dessas redes, é primordial. “A colaboração em redes nos negócios não é entre CNPJs, é entre CPFs”, concluiu.  

A 8ª edição do Fórum Anual das Médias Empresas acontece entre os dias 24 e 26 de setembro na FDC, no Campus Aloysio Faria, em Nova Lima (MG). O evento impacta mais de duas mil empresas e oferece quase 100 horas de conteúdo para alavancar as médias empresas brasileiras. Acompanhe a cobertura também pelas redes sociais da Fundação Dom Cabral.




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