Os últimos três anos trouxeram uma guinada drástica no ambiente de trabalho, com mudanças significativas, a partir de fatores que vão desde os conceitos de great resignation e quiet quitting até a inserção mais acentuada da geração Z no mercado de trabalho. Esse conjunto de novidades representa uma série de desafios para quem está na liderança corporativa e à frente das atividades de recursos humanos.

Essa é a avaliação de Paul Ferreira, professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV EAESP) e estudioso do tema. Para ele, muitas pessoas enfrentam um quadro de estresse e de alta demanda nas suas empresas, o que tem levado, também, ao desiquilíbrio entre vida pessoal e profissional. O pesquisador foi responsável pela coordenação de uma pesquisa sobre o tema e traz uma informação importante: 49% dos profissionais – ou praticamente um entre cada dois deles – estão insatisfeitos com o ambiente de trabalho.

O levantamento mostrou, ainda, que a ‘camaradagem’, que trata de relacionamento entre os colegas de trabalho, é o aspecto melhor avaliado entre os atributos pesquisados, obtendo uma nota de 4,36 (numa escala de avaliação de 5). Por outro lado, o item ‘reconhecimento’ é o pior avaliado (3,47). Segundo os pesquisadores, essa nota baixa seria um indicativo de que as empresas estão falhando em encontrar mecanismos para valorizar as contribuições dos colaboradores.

Também mal avaliados estão outros atributos, como a possibilidade de ter ‘flexibilidade’ para trabalhar onde e como quiser, e a ‘qualidade de vida’, respectivamente, com notas de 3,79 e 3,85.

Intitulado Engaja S/A – Índice Nacional de Engajamento de Funcionários no Brasil, o estudo foi feito pela FGV EAESP e o Grupo Talenses, em parceria com a Flash.