Relatório do LinkedIn para 2023 revela que 83% das organizações querem construir uma cultura mais centrada nas pessoas. E 81% dos departamentos de L&D (Learning & Development, ou T&D, que significa Treinamento & Desenvolvimento) estão ajudando nesse processo. A principal conclusão do estudo é que “o sucesso organizacional depende das pessoas. E esta verdade simples define as experiências dos funcionários, desde a entrada até a saída da empresa, mantendo as necessidades humanas no centro”.
“Quando penso no melhor de T&D, o que importa é ajudar todos a encontrarem o caminho pelo qual vão brilhar”, disse Maria Laws, diretora de Design de Experiência de Aprendizado na Ahura AI, no relatório.
A disrupção de talentos, a inflação, a escassez de competências e a tensão global seguiram-se ao cenário da pandemia de Covid-19. Mas, com desafios assustadores que exigem novas competências, o T&D nunca esteve mais bem posicionado para ajudar.
Sobre a importância das ações de T&D, o relatório ‘Building the agile future’ (Construindo um futuro ágil) aponta as dez principais tendências para o mundo do trabalho, que listamos a seguir.
1. Macrotendências geram oportunidades
O relatório do LinkedIn revela que os conjuntos de competências para empregos mudaram cerca de 25% desde 2015. Até 2027, este número deverá duplicar. Além disso, 89% dos profissionais de T&D concordam que o desenvolvimento proativo das competências dos funcionários ajudará a enfrentar e cenário e navegar no futuro, com evolução do trabalho.
2. Previsão do orçamento para 2023 para treinamento e desenvolvimento
Talvez porque a área de Treinamento e Desenvolvimento esteja preparada para grandes impactos, as perspectivas orçamentárias para 2023 são positivas. Embora o número deste ano tenha caído ligeiramente em relação ao máximo de 2022, ainda representa a terceira visão mais otimista em sete anos de acompanhamento. E apenas 8% dos profissionais de T&D esperam que o seu orçamento diminua. A porcentagem de líderes de T&D que esperam ter mais poder de compra este ano é de 41%, contra 48% no ano passado. Em 2021, as perspectivas eram bem mais baixas (33%), contra 37% em 2020, 43% em 2019, 35% em 2018, e 27% em 2017.
3. Executivos concordam que a estratégia de pessoal é fundamental para o sucesso
O relatório mostra que 82% dos líderes globais afirmam que o papel da área de Recursos Humanos é mais crítica agora do que nunca. “A capacidade de contratar, reter, treinar e realocar pessoas não será fácil no futuro. É por isso que o RH é tão importante”, afirma Josh Bersin, analista da Indústria Global de RH.
4. É hora de acelerar a jornada de habilidades no treinamento e desenvolvimento
Seja dentro ou fora do RH, muitos líderes reconhecem o valor das iniciativas de melhoria e requalificação em larga escala. Mas, o movimento é lento. Para alcançar a verdadeira agilidade de competências, as organizações deverão considerar mudanças culturais mais leves, que abram novos caminhos para mais pessoas.
5. A retenção continua sendo um ponto problemático
Cerca de 93% das organizações estão preocupadas com a retenção de funcionários. Muitas companhias enfrentaram uma situação de rotatividade sem precedentes após a pandemia de Covid-19. E, mesmo que algumas demissões tenham chegado às manchetes nos últimos meses, os profissionais de desenvolvimento de talentos continuam a enfrentar a escassez de competências e o risco crítico de turnover. Para melhorar a retenção de empregados, as empresas trabalham para proporcionar oportunidades de aprendizado.
6. Pessoas que não estão aprendendo irão embora
Entre os aspectos que levam os funcionários a procurar novos empregos está o desejo de expandir, crescer e desenvolver novas competências. Os cinco principais fatores que levam o funcionário a considerar um novo emprego são:
- compensação e benefícios;
- flexibilidade para trabalhar quando e onde quiser;
- fazer um trabalho impactante e desafiador;
- perceber oportunidades de crescimento na carreira dentro da companhia;
- ter oportunidades para aprender e desenvolver novas habilidades.
7. As promoções não são o único caminho para o progresso na carreira
Os funcionários merecem incentivo e reconhecimento por qualquer passo à frente, seja aprendendo uma nova habilidade, seja enfrentando um projeto extenso ou trabalhando com um coach ou mentor. E o simples envolvimento com a aprendizagem se correlaciona com uma sensação de crescimento, avanço e adaptabilidade.
8. A mobilidade interna aumenta a retenção e desenvolve competências
Destacar planos de carreira com base em objetivos organizacionais é centrado tanto nas pessoas quanto nos negócios. Ajudar os profissionais a fazerem uma mudança interna contribui para elevar a retenção. E, ao expandir as redes e as competências das pessoas, a mobilidade interna cria, naturalmente, mais agilidade organizacional. Segundo o relatório, a probabilidade de permanência no emprego de um funcionário que fez uma mudança interna é de 75%. Já para quem não passou por mudanças, a perspectiva é de 56%.
9. Invista em relacionamentos multifuncionais
As parcerias de T&D entre o RH e as empresas estão cada vez mais fortes. Do total de profissionais ouvidos, 77% dizem que seu papel se tornou mais multifuncional no ano passado.
10. Ative gestores de pessoas
Ajudar os funcionários a expandir suas habilidades por meio de Treinamento e Desenvolvimento não é algo que se deve evitar por medo de perder pessoas. É um imperativo empresarial – e justamente por isso é decepcionante que apenas 35% dos aprendizes tenham sido incentivados pelo seu gestor nos últimos seis meses. Os três principais tópicos que devem ser valorizados por gestores são:
- habilidades de liderança e gerenciamento;
- requalificação digital específica da função ou transformação digital;
- incentivo ao desenvolvimento de carreira do funcionário.