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Transporte ferroviário de carga responde por 27% da movimentação no Brasil

Estudo inédito aponta que os itens tansportados em trens respondem por 27% da movimentação de longa distância, mas isso ainda está longe de desafogar o gargalo logístico nacional

transporte ferroviário de carga Foto: Ricardo Botelho/MInfra
por Redação abril 12, 2024
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A movimentação de cargas com uso da malha ferroviária atingiu 27% do total transportado no Brasil, um número histórico, se considerarmos que os especialistas sempre apontaram que esse modal não ultrapassaria os 23%. Ainda longe do que seria ideal – 36% para desafogar o gargalo das rodovias – o índice atual mostra que, pela primeira vez, o transporte ferroviário respondeu por mais de um quarto do movimento de cargas em longa distância.

As informações foram fechadas no final de 2022, com base em 15 grupos de produtos diferentes na análise. Juntos, tais itens abrangem cerca de 97% de tudo o que é movimentado no país. São eles: alimentos e bebidas processados, carvão mineral, celulose e papel, cimento ensacado, combustíveis, farelo de soja, fertilizantes importados, manufaturados, grãos (especialmente soja), minério de ferro, deriavdos da lavoura e pecuária, outros minerais e petro e químicos, incluindo produtos básicos de borracha.

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Modal ferroviário pode reduzir os custos finais das cargas

A avaliação faz parte do estudo Cenários de carregamento da rede multimodal de transporte com fluxos de cargas nos horizontes base atual e projetados (ainda sem novas infraestruturas), da Fundação Dom Cabral. Segundo o jornal Valor, além de tirar o peso das rodovias, o índice ideal do transporte ferroviário – 36% – também ajudaria a reduzir os custos dos produtos transportados, com destaque para granéis e minério de ferro.

Para efeito comparativo, uma locomotiva pode engatar cerca de 80 vagões de soja, sendo que cada um deles transporta o equivalente a dois caminhões e meio. Com essa conta, cada composição ferroviária é capaz de substituir 240 caminhões. A longa distância também joga contra as rodovias, pois o transporte de 25 toneladas, por exemplo, ao longo de 2 mil km, não pode gerar uma boa margem de lucratividade.

Lembrando: atualmente o modal rodoviário representa 62,2% do total de cargas transportadas no Brasil. Os modais hidroviário e dutoviário detêm, respectivamente, 4,3% e 3,6%. Já a navegação de cabotagem representa 2,9%, fechando as opções de transporte.

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Apesar dos bons números do estudo, existe um sinal amarelo em relação a novos projetos no modal ferroviário, o que pode ter consequências nas próximas décadas, inclusive com o risco de que o percentual de participação retroaja. O valor de investimentos para se atingir a participação ideal é de R$ 300 bilhões, de acordo com o estudo da FDC. Ao mesmo tempo, esse aporte poderia levar a uma economia de R$ 30 bilhões por ano no transporte de cargas.




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