A TOTVS, empresa brasileira de software, encomendou um estudo para avaliar qual seria o nível de produtividade tecnológica do setor de logística no Brasil e os números surpreendem: numa escala de zero a 1, o segmento alcançou 0,38 pontos do Índice de Produtividade Tecnológica (IPT). O referencial foi estabelecido pela H2R Pesquisas Avançadas com o objetivo de avaliar o nível de produtividade tecnológica da logística no Brasil, relacionado ao uso de ERP e de outros sistemas de gestão.
O IPT é formado por dois indicadores criados por meio da pesquisa e avaliam o nível de internalização do uso dos sistemas de gestão na empresa e o ganho de performance do negócio e da produção obtido com o uso desses sistemas.
O nível de internalização foi avaliado a partir de seis variáveis, e o ganho de performance, foi composto por 23 variáveis, divididas entre aspectos de negócio e de operação. A combinação dos dois indicadores aponta a maturidade da gestão logística das empresas instaladas no país.
Ainda há um longo caminho tecnológico para a logística

Pelo IPT apurado, o estudo mostra que ainda há um longo caminho a percorrer para acompanhar o ritmo acelerado da necessidade de informação para tomada de decisão nos negócios, como também que muitas empresas ainda estão num processo inicial de otimizar a gestão logística de suas operações.
O IPT também evidencia que a adoção e uso de ERPs e de outros sistemas de gestão é essencial para a produtividade, além de ser um diferencial quando implantado e utilizado em todas as áreas por equipes capacitadas que conseguem atingir o melhor aproveitamento do todo potencial dessas ferramentas.
Outro dado da pesquisa é a indicação das prioridades de investimentos das empresas do setor para os próximos dois anos. No caso dos prestadores de serviços logísticos, a ordem de investimentos prioritários começa com a digitalização de processos, as soluções em dispositivos móveis e a assinatura digital.
Em nível intermediário estão automação de processos, as análises preditivas, as soluções financeiras e a tecnologia de RFID. A lista é fechada – sempre em termos de priorização – pelo blockchain, machine learning, uso de robôs e reconhecimento facial. No caso dos embarcadores, as soluções em dispositivos móveis e a assinatura digital assumem a dianteira, seguidos pela digitalização de processos e automação de processos. Os outros temas seguem mais ou menos a mesma ordem de prioridade.
O estudo envolveu cinco etapas, começando pela revisão de literatura técnica e papers sobre o uso de ERPs e sistemas de gestão. A fase exploratória contou com entrevistas em profundidade com especialistas na área para desenvolvimento do instrumento de coleta de dados e a etapa posterior foi a coleta de dados via telefone realizada entre junho e setembro de 2021.
As duas fases finais foram o processamento estatístico de acordo com modelo criado e a análise dos resultados. Os dados da fase de coleta foram baseados em 740 entrevistas válidas e a margem de erro para essa amostra ficou em 3,6 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%.