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Tecnologia moldará futuro do trabalho

Novos cenários são apontados e tendências como o aumento do número de vagas na agricultura ganham destaque

futuro do trabalho © - Shutterstock
por Redação setembro 29, 2023
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Os avanços tecnológicos, como a inteligência artificial e o big data, vão provocar uma série de mudanças no mercado de trabalho mundial nos próximos cinco anos, conforme o relatório O Futuro do Trabalho 2023, do Fórum Econômico Mundial (WEF, da sigla em inglês). Milhares de novos empregos serão criados e milhares dos atuais postos de trabalho serão extintos. As novas tecnologias, mudanças climáticas, exigências ambientais e regras de cibersegurança vão gerar disrupção no trabalho em muitos setores. Segundo o WEF, somente na agricultura, um dos setores mais impactados, a demanda de empregos deve subir 30%, gerando 3 milhões de novos postos, em especial de operadores de equipamentos agrícolas.

O novo relatório, que contou com o apoio da Fundação Dom Cabral (FDC) nas pesquisas de opinião executiva, está em sua 4ª edição e tem como objetivo acompanhar o impacto da 4ª Revolução Industrial no mercado de trabalho. Foram analisadas 45 economias, por meio de dados estatísticos – incluindo alguns fornecidos pelas plataformas LinkedIn e Coursera –, além da pesquisa de opinião executiva que alcançou 803 empresas, de 27 diferentes setores e que, juntas, são responsáveis por mais de 11 milhões de postos de trabalho no mundo.

Redução de 14 milhões de postos de trabalho

Carlos Arruda e Hugo Tadeu, professores e pesquisadores do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da FDC, e Miguel Costa, assistente de pesquisa do mesmo núcleo, elaboraram um texto no qual destacam as principais mudanças de rumo apontadas pelo WEF no mundo do trabalho, com análises sobre essas transformações e como as empresas, gestores públicos e educadores devem lidar com essas mudanças no cenário 2023-2027.

Segundo o relatório da WEF, ao todo, 23% das ocupações no mercado de trabalho devem sofrer mudanças até 2027. Em uma base de dados que analisa 673 milhões postos de trabalho, a expectativa é que 69 milhões de empregos sejam criados, liderados principalmente pela transição verde e pela transformação tecnológica. Mas, neste mesmo período, 83 milhões postos serão eliminados. Ou seja, deverá haver uma redução líquida de 14 milhões de postos de trabalho, o equivalente a 2% do emprego atual.

Para o futuro do trabalho, as funções que mais deverão crescer são especialistas em IA e aprendizado de máquina, especialistas em sustentabilidade, analistas de inteligência de negócios e especialistas em segurança da informação. Em números absolutos, os setores de maior crescimento nas ofertas de emprego devem ser educação, agricultura e comércio digital.

Futuro do trabalho é de horário flexível e empresa próxima de moradias

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O relatório inclui dados da Adecco, empresa suíça de recursos humanos, que mostra que o aumento do custo de vida e a desaceleração econômica são dois fatores que preocupam muito os trabalhadores sobre o futuro do trabalho. Das pessoas ouvidas, 61% se preocupam com o crescimento salarial insuficiente para fazer frente à inflação. Por isso, o salário é o principal motivo para os trabalhadores mudarem de emprego.

Mas nem tudo é dinheiro. Dados levantados pela Culture Amp, empresa que promove engajamento de funcionários, mostram que 83% dos entrevistados priorizam a flexibilidade no horário. E 71% priorizam a localização do trabalho. Os dados levantados pela empresa também revelam que 33% dos funcionários não se veem na empresa em que trabalham nos próximos dois anos.

Geração Z quer diversidade e inclusão

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Um outro aspecto interessante levantado pelo relatório, é que 68% dos trabalhadores da Geração Z – pessoas nascidas na segunda metade da década de 1990 até o início de 2010 –, à qual pertence a maioria dos novos ingressantes no mercado, não estão satisfeitos com os movimentos de sua organização na criação de um ambiente de trabalho diversificado e inclusivo. Isso reforça a importância de estratégias de diversidade e inclusão para estabelecer um ambiente de trabalho mais atrativo.

No Brasil, 81% das organizações que fizeram parte da pesquisa possuem programas de diversidade e inclusão (D&I), que priorizam sobretudo o treinamento de D&I aos seus gerentes, enquanto a média global é de 67%.

Durante a pesquisa de opinião, executivos foram perguntados sobre quais macrotendências seriam as mais prováveis ou crescentes nos próximos cinco anos. O crescimento da adoção de novas tecnologias de fronteira (86,2%), a ampliação do acesso digital (86,10%) e a aplicação de padrões ESG (80,6%) foram os mais selecionados pelos executivos. O impacto dos investimentos para impulsionar a transição verde foi considerado a sexta macrotendência do futuro do trabalho.

A rotatividade geral esperada dos empregos nos próximos cinco anos é de 23%, agregando postos de trabalho emergentes e em declínio. No Brasil, essa taxa é um pouco menor, 21%.

75% das empresas investirão em tecnologia

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Quando perguntado aos executivos sobre quais tecnologias estariam sendo introduzidas em suas empresas, big data, computação em nuvem e inteligência artificial (IA) se apresentam em alta. Mais de 75% das empresas estão procurando incorporar essas tecnologias nos próximos cinco anos. O impacto líquido da maioria das tecnologias, segurança cibernética e da transição verde nos empregos é positivo.

Big data lidera o ranking de tecnologias vistas como geradoras de empregos no Brasil e no mundo, com 51% dos entrevistados brasileiros esperando o crescimento do emprego em papéis ligados a ela. Os empregos de analistas e cientistas de dados, especialistas em big data, especialista em IA e aprendizagem de máquina, além de profissionais de segurança cibernética, devem crescer 30%, em média, até 2027 no mundo.

No futuro do trabalho, destacam-se entre os novos postos

1. Especialistas em IA e aprendizagem de máquina

2. Especialista em sustentabilidade

3. Analista em Inteligência de negócios

4. Analista de Segurança da Informação

5. Engenharia de Fintechs

6. Cientistas e analistas de dados

7. Engenharia de robótica

8. Especialista em Big Data

9. Operadores de equipamentos agrícolas

10. Especialistas em transformação digital.

Outras profissões como arquitetos, engenheiros de energia renovável e engenheiros de instalação e sistema de energia solar devem ter crescimento relativamente alto no futuro, à medida que as economias mudam para as energias renováveis. Apenas duas tecnologias não devem apresentar saldos positivos de empregos nos próximos cinco anos: robôs humanóides e robôs não humanóides.

Os empregos na área de educação devem crescer cerca de 10%, levando a 3 milhões de vagas adicionais para professores de educação profissional e professores universitários. Estima-se também um crescimento de 2 milhões de postos de trabalho nas atividades digitais, como especialistas em comércio eletrônico, especialistas em transformação digital e especialistas em estratégia e marketing digital.

Outras profissões com potencial de crescimento

• Mecânicos e reparadores de máquinas

• Profissionais de desenvolvimento de negócios

• Operários de construção em estrutura metálica

• Professores universitários e do ensino superior

• Engenheiros eletrotécnicos

• Trabalhadores de chapas e estruturas metálicas, moldadores e soldadores

• Professores de educação especial

Os postos que devem desaparecer no futuro do trabalho são:

1. Caixas de banco e funcionários relacionados

2. Funcionários dos Correios

3. Caixas e cobradores

4. Escriturários de entrada de dados

5. Secretários administrativos e executivos

6. Assistentes de registro de produtos e estoque

7. Escriturários de contabilidade

8. Legisladores e oficiais judiciários

9. Atendentes estatísticos, financeiros e de seguros

10. Vendedores de porta em porta, ambulantes e trabalhadores relacionados.

Quais são as habilidades mais esperadas

No Brasil, executivos esperam que 53% das habilidades exigidas do trabalhador permaneçam as mesmas. As habilidades mais priorizadas para requalificação e qualificação serão:

1. Inteligência artificial e Big Data

2. Pensamento criativo

3. Resiliência, Flexibilidade e agilidade

4. Pensamento analítico.




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