Conhecida por sua forte capacitação tecnológica e características como independência e elevada exigência em relação ao próprio trabalho e o ambiente onde o realizam, a chamada geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) vem enfrentando problemas no mercado. Segundo pesquisa da plataforma de benefícios corporativos Betterfly, 60% dos jovens da geração Z vêm experimentando sensação de ‘burnout’ – ou exaustão – no trabalho.

Os dados foram divulgados no LinkedIn Notícias a partir do relatório de bem-estar 2022, produzido pela Betterfly.

Millennials também são afetados

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A exaustão no ambiente de trabalho acomete profissionais de todas as idades, mas a os mais jovens têm sido mais afetados. Os millennials (nascidos entre 1981 e 1995) também apresentam uma faixa elevada de esgotamento: 57% deles também relatam a sensação de ‘burnout’. 

A pesquisa da Betterfly ouviu mais de 4 mil trabalhadores em países como Brasil, Chile, Argentina, Colômbia, Espanha, Equador, México e Peru. A pesquisa foi realizada entre 27 de setembro e 6 de outubro, com homens e mulheres entre 18 e 65 anos. Os participantes tiveram a possibilidade de escolher mais de uma alternativa em suas respostas. 

O que cada geração sente

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Além da exaustão e sintomas de ‘burnout’ (60%), a geração Z aponta outros aspectos que afetam o bem-estar no trabalho: a sobrecarga de trabalho (47%), seguida da vontade de pedir demissão (45%), falta de reconhecimento (44%) e tratamento injusto (25%). 

Para os millennials, além da exaustão (57%), a sobrecarga de trabalho também tem peso elevado (53%). A falta de reconhecimento (46%) vem antes da vontade de pedir demissão (43%). O ambiente de trabalho inadequado afeta 31% desta geração. A remuneração é fator importante: 30% consideram o salário o principal motivo para aceitar um trabalho, seguido da flexibilidade de horário ou modalidade de trabalho remoto/híbrido (15%) e possibilidade de crescer e se desenvolver (14%). 

Geração X e baby boomers

Apesar de em menor grau, os mais velhos também estão insatisfeitos. A geração X (1965 – 1981) diz estar exausta (50%), sobrecarregada (49%) e carente de reconhecimento profissional (49%). Mas o número cai na comparação com as outras gerações quando o tópico é vontade de pedir demissão (34%). Já para os baby boomers (1945 – 1964), o principal problema é a falta de reconhecimento (48%). Na sequência vêm sobrecarga de trabalho (40%) e ‘burnout’ (38%).

Como é a geração Z 

Para entender os motivos que talvez levem a geração Z a liderar o ranking dos que mais se queixam de ‘burnout’, pesquisas da McKinsey e da revista Exame ajudam a entender como é e como pensa essa geração. 

As publicações mostram que a geração Z é marcada por “jovens revolucionários que nasceram em um contexto tecnológico desenvolvido”. Por isso, recebê-los e retê-los é um desafio que muitas empresas estão enfrentando. A chegada dessa geração no mercado de trabalho, portanto, exige adaptação, não apenas no ambiente organizacional, mas também na gestão de talentos. 

Dentre algumas características, os jovens da geração Z são realistas, práticos e buscam satisfazer suas necessidades financeiras e seu enriquecimento pessoal. Sem esquecer dos campos emocionais e sensoriais. São adeptos do pensamento lógico, autodidatas e responsáveis. Em resumo, tentam viver de uma forma mais pragmática.

Como a geração Z pode ajudar uma empresa

Essa geração, diz a reportagem, tem grande energia no sentido de pensar, criar e inovar. A geração Z é ultra conectada e antenada com o mundo, e essas características podem ser importantes para analisar os problemas sob uma nova ótica, trazendo soluções inovadoras. 

Pode-se esperar muitos avanços da geração Z não apenas tecnológicos, mas também soluções para problemas comuns nas empresas. Mas que ninguém se engane. A geração Z não trará só soluções. No início, ela pode causar desentendimentos, uma vez que seu ingresso nas empresas poderá causar conflito de gerações.