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Pessoas desconfiam da publicidade (e de publicitários), segundo estudo do Instituto Ipsos

Ranking mostra que professores são os profissionais mais confiáveis e políticos os menos, colocando executivos de publicidade em quarto lugar, o que leva à discussão da atividade

publicidade © - Shutterstock
por Redação janeiro 15, 2024
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O ranking “Confiabilidade Global” elaborado pelo Ipsos, instituto de análises de aspectos variados da sociedade, coloca professores, cientistas, médicos e pesquisadores como os profissionais mais confiáveis, em oposição a políticos em geral, ministros, banqueiros e executivos de publicidade.

A má colocação dos profissionais da área levou a professora e ativista Grazi Mendes a discutir como construir futuros mais desejáveis e sustentáveis para esses profissionais. “Menos de 20% das pessoas confiam em publicitários e suas campanhas”, alertou ela.

Em artigo, a especialista afirma que toda essa desconfiança acende um alerta e provoca um questionamento: “o que precisa mudar na imagem da publicidade e dos profissionais da área para que as pessoas acreditem mais neles? E qual o papel da publicidade e dos publicitários na criação de futuros desejáveis, que realmente lidem com as transformações que precisam ser feitas?”. Não há respostas fáceis para esses questionamentos.

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“O papel da publicidade na criação de futuros desejáveis é um desafio instigante”, argumenta a profissional. “Como transformar a imagem desta profissão, de forma que os profissionais consigam conquistar a confiabilidade do público?, questiona Grazi. Segundo ela, a publicidade, com seu potencial de sonho, criatividade e esperança, tem o poder de construir narrativas que impulsionem ações individuais e coletivas. “Mas, é preciso questionar o que é comunicado, qual a diversidade do time que está criando a ação publicitária e quais valores estão sendo promovidos”, pondera.

Para a professora Grazi Mendes, o futuro da publicidade demanda responsabilidade social, autenticidade, inclusão, justiça e compromisso com as pessoas que serão expostas às campanhas de marketing.

Veja o resultado do ranking

Profissionais mais confiáveis

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1 – Professores – 64%

2 – Cientistas – 61%

3- Médicos – 59%

4- Pesquisadores – 37%

Profissionais menos confiáveis

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1 – 76% – Políticos em geral

2 – 64% – Ministros de governo

3 – 53% – Banqueiros

4 – 39% – Executivos de publicidade

A importância das soft skills

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O portal Propmark, especializado em publicidade, ouviu vários profissionais para discutir quais competências o publicitário do futuro deve ter — e também quais requisitos podem fazer com que suas ações se tornem mais confiáveis, do ponto de vista dos consumidores. Em artigo, Laura Esteves, VP de Criação da agência de publicidade DM9, destaca que as chamadas soft skills – conjunto de habilidades relacionadas ao comportamento e à interação humana – deverão ter cada vez mais peso no trabalho desenvolvido pelos publicitários.

“A antiga caricatura do publicitário competitivo sai de cena e entra o colaborativo. No futuro, também exercitaremos mais a nossa inteligência cultural e a capacidade de acompanhar e antecipar tendências. Seremos mais diversos, humanos, adaptáveis e flexíveis”, defende Laura.

Já Flavio Waiteman, sócio e CCO da agência de comunicação e marketing Tech and Soul, afirma que o comportamento humano deverá ser o foco da publicidade.

“As competências para o perfil ideal de atuação já são todas relacionadas a um propósito: gente. Quem melhor conhecer as pessoas, os coletivos, as bolhas e os comportamentos e estímulos, vai estar mais apto ao sucesso profissional”, afirma Flavio.




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