close

Empresas recorrem à inteligência artificial para monitorar os funcionários

Para promover, treinar ou demitir, grandes empresas recorrem à IA para observar empregados e geram polêmica no mercado

ia comportamento dos funcionários © - Shutterstock
por Redação março 22, 2024
  • Inovação e transformação digital Mais informações
    Inovação e transformação digital

Cada vez mais empresas estão recorrendo à inteligência artificial para monitorar o comportamento de seus funcionários. Os objetivos são variados, desde prover bônus por bom desempenho, otimizar o treinamento ou mesmo para decisão sobre a demissão — o que não é admitido de forma muito clara pelas empresas.

Matéria no site da Forbes revela que empresas como Outback e KFC adotaram a IA para acompanhar o ritmo de vendas dos funcionários. Já reportagem no site Olhar Digital vai além: baseada em informações da rede de notícias dos EUA CNBC, a matéria inclui na lista Walmart, Delta Air Lines, T-Mobile, Chevron e Starbucks, além de Nestlé e AstraZeneca.

Leia também:

7 dicas para as lideranças integrarem a inteligência artificial à empresa

Alguns especialistas estão preocupados com o emprego desta ferramenta para obrigar os trabalhadores a cumprir padrões de produtividade por vezes não alcançáveis.

Equipes reduzidas

“Muitas vezes, o que é chamado de problema de produtividade, especialmente em fast-foods, é resultado de equipes muito reduzidas”, disse Alexandra Mateescu, pesquisadora do grupo de pesquisa sem fins lucrativos Data and Society. “Essa vigilância pode pressionar ainda mais tos rabalhadores que já estejam no limite”, acrescentou a profissional.

A reportagem da CNBC diz que o monitoramento não está sendo bem-aceito, principalmente nos EUA, onde “houve revolta entre os funcionários” das empresas citadas. A matéria explica que o monitoramento ocorre em plataformas de trocas de mensagem, como Slack, Microsoft Teams, Zoom e outros aplicativos de comunicação corporativa.

Para o monitoramento, as empresas usam tecnologia da startup Aware. A companhia usa um programa de IA para acompanhar as conversas dos funcionários nas redes corporativas, fornecendo insights em tempo real sobre o sentimento dos empregados. A empresa diz que os dados são anônimos, até que haja algum risco ou crime sendo cometido, como assédio moral ou sexual.

Leia também:

Inteligência artificial necessita de regulamentação

Mas especialistas alertam para problemas éticos e legais dessa política. A vigilância de funcionários poderia ferir questões de privacidade, abrindo espaço para possíveis processos contra as empresas.

IA avalia comportamento dos funcionários e ajuda a distribuir bônus

Algumas empresas, porém, dizem estar usando a inteligência artificial para beneficiar os funcionários. O empresário Andrew Valkanoff, por exemplo, adotou a IA como forma de distribuir bônus a seus colaboradores em cinco de suas franquias de restaurantes Dairy Queen, nos EUA. Um sistema de IA chamado Riley coleta fluxos de dados de vídeo e áudio para avaliar o desempenho dos funcionários e, em seguida, atribui bônus aos que vendem mais.

Valkanoff instalou a ferramenta, desenvolvida por uma empresa de vigilância, há menos de um ano, com a esperança de que ajudaria a aumentar as vendas no momento em que as margens estavam caindo. O sistema resultou em um aumento de 3% na lucratividade. “Cada centavo em meu negócio é importante agora”, diz Valkanoff.

Segundo a matéria da Forbes, o Riley já foi instalado em cerca de 100 lojas nos EUA, incluindo KFC e Taco Bell. O Riley é capaz de monitorar conversas de funcionários com clientes e detectar com que frequência tentam fazer “upsell” (oferecer complementos ou coberturas extras, como uma sobremesa), “upsize” (oferecer um tamanho maior e mais caro) ou se esforçam para inscrever um cliente no programa de fidelidade da empresa. Os funcionários que fazem mais sugestões e conseguem convertê-las em vendas recebem bônus em dinheiro, com base em uma nota gerada pelo sistema de IA.

“A ferramenta tem a intenção de ajudar os gerentes a identificar funcionários cujo desempenho pode estar abaixo do esperado, para indicar treinamentos adicionais, argumentou Ken Bianchi, fundador e CEO da Hoptix, empresa que criou o Riley.




Os assuntos mais relevantes diretamente no seu e-mail

Inscreva-se na nossa newsletter