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CFO deverá se transformar em “diretor de desempenho”, aponta PwC

Mudança da função das equipes envolvidas com a área de finanças envolve superação de clichês e papel mais estratégico do CFO

financas © - Shutterstock
por Redação julho 13, 2023
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O papel dos CFOs está em transformação, segundo o relatório “O futuro da função de finanças”, produzido pela PwC Brasil. As mudanças devem tornar os departamentos financeiros mais estratégicos para suas organizações e, dentre os pontos de atenção, estão o foco em conectividade, interação entre unidades de negócios e sinergias para obter valor de todos os departamentos da empresa, resume a consultoria. A análise de dados também ganha mais relevância na tomada de decisões estratégicas, o que significa a necessidade de profissionais que dominem a cultura orientada a dados.

Provocativo, o relatório propõe um debate sobre como será o futuro da função de finanças, trabalhando com um cenário de 2030, a partir de quatro princípios: navegação, mediação, resiliência e conectividade.

CFO assume novas funções

Em relação do primeiro item, a área de finanças deve estar na condução de uma navegação eficaz e seu principal executivo muda de CFO para CPO, ou seja, em um “Chief Performance Officer”, um diretor de desempenho. Recursos como o Big Data Mining deverão ser usados para identificar melhorias de desempenho (novo papel dos parceiros de negócios) e, em vez de alocar competências empresariais em finanças, torna-se mandatório alocar habilidades financeiras no negócio.

O papel de mediação, nesse novo cenário, faz com que o CFO conduza as prioridades do modelo de negócios sustentável, apresentando informações aos stakeholders em tempo real. As finanças também devem criar um ambiente de interação com stakeholders externos, na avaliação do relatório.

Muito além dos clichês

A resiliência, igualmente, deve estar no radar da nova função de finanças e a mudança envolve a gestão de incerteza – e, consequente, aumento dessa resiliência – na tentativa de controlar riscos. A área de finanças deve se capacitar, ainda, para responder a crises e o e exame automatizado de todos os relatórios, em busca de fraudes, distorções e insuficiências de capital precisa fazer parte da agenda do departamento.

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Foto: Freepik

Sobre o impacto da conectividade, o relatório até questiona se haverá de fato uma área financeira nas organizações com o formato que conhecemos hoje. Essa pode ser uma das mudanças que as tecnologias transformadoras vão trazer, entre as quais, as ERPs 100% baseados em nuvem, para ficarmos em apenas um exemplo. Os especialistas da PwC também indicam uma terceira onda de tecnologia, com harmonia entre homem e máquina na área de finanças.

Uma das conclusões do relatório é a de que os líderes de finanças precisam ter uma visão que supere clichês como os de “agregar valor ao negócio, formar parcerias e criar modelos operacionais eficientes”. O caminho é outro e envolve “novas formas de orquestrar um melhor desempenho, oferecendo comunicação mais diversificada e recompensadora, aumentando a resiliência da empresa e prestando serviços de finanças mais conectados e coesos”, diz o documento.

Cultura data driven em finanças

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Foto: Freepik

Oliviero Roggi, professor da Fundação Dom Cabral (FDC), destaca que as mudanças na profissão de CFO – e mesmo de gerente financeiro – estão sendo pautadas por duas tendências, ambas impulsionadas pela transformação digital, mais especificamente da automação dos processos financeiros e da aplicação de Inteligência Artificial (IA) à área.

“A primeira delas é a tomada de decisões baseadas em dados, tanto na área operacional quanto na estratégica. O segundo movimento é a automação das funções de contabilidade, finanças e reporting”, explica Roggi. “Nesse caso, o departamento de finanças das empresas terá responsabilidade da gestão das plataformas e dos algoritmos que executarão tarefas como contabilização das operações de gestão e reconciliação com bancos, entre outros”, completa.

Mesmo questões como sustentabilidade, que fazem parte da agenda ESG, precisam estar no radar da transformação profissional do CFO e do gerente financeiro. E um dos caminhos apontados por Roggi, para isso, é a educação executiva.




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