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César Cielo: “é preciso buscar os 101%”

Campeão olímpico de natação conta como sempre conduziu a carreira com profissionalismo e alto nível de exigência, mas nunca gerido pelo ego

cesar cielo Foto por: Homero Xavier/FDC
por Redação fevereiro 28, 2023
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O campeão olímpico César Cielo aprendeu a gerir a sua profissão como um negócio de alta performance. Em entrevista ao Seja Relevante, ele contou que a busca por 101%, ou seja, por um pouco a mais além do excelente, é o que faz um campeão olímpico ou uma empresa de sucesso. Ao mesmo tempo, é preciso gerir o ego, segundo o nadador, que manteve os pés no chão, cuidando da carreira com rigor e técnicas de gestão. 

No Brasil, conta Cielo, esse modelo de gestão foi pioneiro no esporte, dando bases para a criação de um método próprio de gerir a carreira em uma época na qual os atletas ficavam muito “presos aos clubes”. “Fui pioneiro em tomar as rédeas de minha carreira. Eu tinha um contrato com um treinador pessoal e nele estavam datas, propósitos, metas e, inclusive, multas. Não era uma simples parceria, era a profissionalização do esporte, numa época em que ainda não se fazia bem assim.”, explicou Cielo.

Presença dos pais e a busca pelos 101%

Os pais de Cielo – uma professora de educação física e um pediatra – tiveram papel fundamental na carreira do nadador. E não apenas na parte esportiva, mas também na parte empresarial, ajudando o atleta a olhar para a carreira de uma maneira corporativa. “Eu e os meus pais pilotávamos a carreira em busca de resultados, procurando deixar o ego de fora. Foram muitos projetos recusados, desde patrocínios a contratos com clubes que não condiziam com as linhas empresariais que traçamos”, contou o campeão.

Cielo também pautou a carreira por um nível altíssimo de exigência, o que tem uma certa origem no modelo americano de desporto. “É preciso ser 101%”, disse. “Em competições de alto nível, como as Olimpíadas, todos os atletas são 100%. Então, precisamos encontrar esse ponto a mais, que é o que fará a diferença. Nos negócios, é a mesma coisa: para sermos os melhores, precisamos ser um pouco a mais, ir além do trivial”, indicou.

O cunho empresarial foi mantido e hoje, já fora das piscinas, os negócios ocupam a maior parte do tempo de Cielo. Entre eles está uma comunidade online voltada para o ambiente da natação, na qual se compartilha técnicas, métodos e planilhas.

Outro negócio é o lançamento de um novo método de aprendizado de natação para academias e escolas, mas a maior demanda de Cielo atualmente são as palestras.

Com cunho motivacional e direcionada a mostrar como a busca pela alta performance no esporte pode ser transferida para negócios e organizações, ele chega a realizar uma palestra a cada quatro dias. Em setembro passado, por exemplo, Cielo palestrou durante o 7° Fórum Anual de Governança e Gestão da Fundação Dom Cabral. “Jamais imaginaria isso há alguns anos, com a pandemia’’, revelou.

Há ainda o Instituo César Cielo, que não tem viés comercial e cujo objetivo é “desenvolver projetos sociais esportivos para ajudar na educação e na prática de atividades físicas regularmente de crianças e adolescentes na natação”, como conta o site da organização. “Dá muito perrengue, mas alimenta o nosso lado espiritual. Em 12 anos, já atendemos mais de 10 mil pessoas”, disse.

César Cielo, hoje com 36 anos, foi o primeiro — e ainda único — nadador brasileiro a ser campeão olímpico, após conquistar o ouro nos 50 metros livre nos Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim. Ele também é o atleta brasileiro mais medalhado em campeonatos mundiais de qualquer esporte, com 19 medalhas, sendo três delas de ouro.




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