close

Educação social é a saída para a região amazônica

Parcerias público-privadas, em especial em torno da educação, são a alternativa para o desenvolvimento da região amazônica


Parceria editorial
Região amazônica © - Shutterstock
por Redação novembro 7, 2023
  • Gestão pública Mais informações
    Gestão pública
  • Estratégia e governança Mais informações
    Estratégia e governança
  • Educação e aprendizagem Mais informações
    Educação e aprendizagem
  • Impacto positivo e legados sustentáveis Mais informações
    Impacto positivo e legados sustentáveis

Uma incursão de 35 profissionais de diversas áreas a comunidades periféricas e ribeirinhas de Santarém e Alenquer, municípios do Pará, revelou um Brasil desconhecido das áreas urbanas do país e vítima de diversas carências. Serviços básicos de saúde, educação, transporte, identificação civil e cidadania são uma constante lacuna nessa área e simbolizam as deficiências da região amazônica. A viagem foi possível graças ao “Intercâmbio na Região Amazônica”, uma iniciativa da Faculdade Arnaldo, em parceira com o Programa de Bolsas da Fundação Dom Cabral (FDC).

Fabíola Carla, assistente social responsável pela seleção e identificação de potenciais candidatos e parcerias para o Programa de Bolsas na FDC, organizou o grupo de visitantes e publicou um artigo sobre o tema no jornal Folha de São Paulo, no espaço Papo de Responsa, dedicado a assuntos emergentes da agenda socioambiental. No texto, Fabíola defende “o poder da educação social, por meio de parcerias com o público e o privado, e muito trabalho conjunto” como peça essencial para levar desenvolvimento à região amazônica.

Desigualdade, contrastes e paradoxos

A defesa da participação da iniciativa privada – seja em parcerias com programas públicos, seja em ações particulares – no desenvolvimento da região amazônica é um diferencial do discurso de Fabíola Carla.

“O choque de realidade entre as comunidades ribeirinhas e as grandes cidades escancara a desigualdade do país. Em uma realidade de contrastes e paradoxos, vivemos a escassez em um país com tanta abundância. O desafio do poder público e das empresas é enorme, mas com comprometimento e investimento certo, ainda é possível mudar esse cenário”, disse Fabíola, em seu artigo.

A assistente social chama a atenção para um “contraste desproporcional” entre as populações da região amazônica e o restante do país. “Como é possível um local repleto de riquezas naturais ser tão ausente em políticas públicas?”, indagou, citando o caso das famílias que gastam quatro a cinco horas em rabetas (pequenas embarcações) para levar filhos e familiares para uma consulta médica, navegando pelo imenso e perigoso Rio Amazonas.

Leia também:

Exemplo da Amazônia desafia preservação florestal na Argentina

Belém será sede da COP 30

© – Shutterstock

Diante deste cenário, disse Fabíola, “como oferecer os direitos sociais básicos garantidos em nossa Constituição?” A assistente social cita ainda a Agenda 2030 da ONU, que prevê qualidade de vida e crescimento econômico por meio da geração de empregos e inovação. “Por isso, não existe sociedade igualitária e justa sem a atuação das empresas”, afirmou. Além disso, Belém, capital do Pará, será a sede da COP 30, a Conferência sobre Mudanças Climáticas da ONU, em 2025, um evento importante para mostrar às grandes lideranças mundiais a região amazônica, com seus desafios ambientais, contrastes e realidades sociais.

Em outra demonstração da importância internacional da Amazônia, em setembro, foi realizado o evento SDGs in Brazil (Sustainable Development Goals ou Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS), dentro da sede da ONU, em Nova Iorque.

Destaque para agricultura de base familiar

Nem tudo são problemas e cenários de atraso. Fabíola Carla afirma no artigo que a excursão encontrou iniciativas positivas ao longo do caminho. Em Santarém, o grupo conheceu um belo exemplo de agricultura de base familiar, por meio do Projeto IrrigaPote, que tem Lucieta Martorano como pesquisadora responsável.

O projeto permite uma interação ‘solo-planta-atmosfera’ que garante a oferta de água no solo em períodos de estiagem prolongada. Além disso, a fazenda que recebe o projeto conquistou o Selo Orgânico Embrapa, com produtos produzidos sem agrotóxicos.

Segundo Fabíola, apesar de todas as dificuldades apresentadas, foi possível observar, por parte dos moradores, a coletividade, iniciativas de conservação e preservação do meio ambiente e a resistência na luta pelo direito de permanecer nas próprias terras, apesar de sofridas perseguições e ameaças.

“Para desenvolver projetos de impacto, precisamos compreender essas vidas, que têm ausências de quase tudo, menos de esperança. Novamente, o poder de transformação pela educação aparece como solução para reduzir distâncias e hiatos sociais e, assim, construirmos o futuro que queremos”, finalizou Fabíola.




Os assuntos mais relevantes diretamente no seu e-mail

Inscreva-se na nossa newsletter