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Como acabar com a desigualdade no trabalho para profissionais negros? Colaboradores do Google respondem

Somente 29,5% das posições gerenciais no Brasil são ocupadas por pretos, o que leva ativistas a defenderem a importância da progressão nas chamadas carreiras negras

negros © - Shutterstock
por Redação janeiro 17, 2024
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Apesar do movimento recente de muitas empresas para abrir espaço para profissionais negros, eles ainda são minoria, no Brasil, em cargos de liderança. Segundo dados do IBGE, 53,8% dos trabalhadores no país são negros, mas apenas 29,5% ocupam funções gerenciais. Essa constatação levou profissionais negros bem-sucedidos do Google a defender pelo menos três ações que podem mudar esse quadro de desigualdade no país.

Em artigo publicado no site Think with Google, Anderson Jerônimo, head de Customer Engineering no Google Cloud, e Fernanda Doria, diretora de Negócios para Médias Empresas no Google – ambos membros do grupo de profissionais pretos AfroGooglers – defendem a equidade e inclusão, além da importância de investir na progressão das chamadas carreiras negras.

Três caminhos rumo à progressão na carreira

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Anderson e Fernanda apontam pelo menos três caminhos que poderão levar ao avanço de profissionais pretos em suas carreiras. A primeira é o chamado “poder de acolhimento”. Eles citam como exemplo o programa de treinamento do Google The Collective, voltado exclusivamente para profissionais negros em oito países, que proporciona ampliação de perspectivas e inspiração para iniciativas em prol da diversidade.

A segunda iniciativa é a importância de haver, nas empresas, programas de mentoria de profissionais negros para outros profissionais negros. “Quando conversamos com alguém que passou por desafios semelhantes e que entende como o racismo estrutural se apresenta no dia a dia, fica mais fácil lidar e encaminhar essas questões”, afirmam os autores do artigo.

A importância do ‘letramento racial’

A terceira iniciativa, o chamado letramento racial, significa conscientizar todas as pessoas sobre a estrutura e o funcionamento do racismo na sociedade, para que possam reconhecer e combater atitudes racistas no cotidiano. Os autores destacam que essa formação deve ser para todos, mas ela é especialmente importante para os “líderes brancos”, para que possam garantir a equidade de oportunidades para todas as pessoas de suas equipes de trabalho.

Mulheres negras ganham menos

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Também sobre o letramento racial, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) afirma, em artigo publicado em seu site, que a “democracia racial é só um mito”. Baseado em dados do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), o artigo destaca que as mulheres negras, em especial, ocupam os piores lugares no mercado de trabalho e recebem salários que correspondem a 48% do que ganham os homens brancos.

O texto da CUT dá um recado importante à sociedade e ao mercado de trabalho: “uma pessoa não é racista somente quando ofende outra, mas também quando não reconhece seus próprios privilégios e não faz nada para mudar a estrutura da sociedade”.




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