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Upskilling ou reskilling? Entenda o que são e a importância de aplicá-los nas organizações

Em um mundo em constante transformação, empresas discutem melhor forma de qualificar ou requalificar colaboradores, evitando perda de talentos e investindo em transição de carreira

upskilling reskilling © - Shutterstock
por Redação dezembro 28, 2022
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Upskilling e reskilling são duas palavrinhas que vêm ecoando nas empresas para além do mundo do RH. Upskilling quer dizer proporcionar ao colaborador o aprendizado de competências adicionais para estar mais bem equipado para o trabalho. Já reskilling refere-se a uma requalificação, mas a sua interpretação forma um leque amplo de aspectos, que vão desde a busca por reter talentos até o aproveitamento de colaboradores acima de 50 ou 60 anos, ou de funcionários de qualquer idade que ocupem posições que estão se tornando obsoletas.

O conceito de reskilling surgiu no World Economic Forum, conforme explica Laura Constantini, sócia da Astella Investimentos, em mesa redonda sobre o tema promovido pelo canal do YouTube Espresso 3. “O termo reskilling surgiu da preocupação de como reintroduzir na economia uma quantidade  enorme de profissionais que estavam ficando obsoletos”, explica a gestora. “Já o termo upskilling significa um esforço para manter os profissionais atualizados em sua própria carreira, uma vez que as demandas de conhecimento mudam muito rapidamente, em especial com a tecnologia”, acrescenta.

O vendedor e o caixa de banco

© – Shutterstock

No mesmo encontro, Luís Novo, diretor da Uol Edtech, empresa de tecnologia para a educação, exemplifica o que Laura Constantini explicou. “Um profissional que há dez anos trabalha com vendas, uma área que muda muito rápido, precisa fazer um upskill para continuar sendo um bom vendedor. E a empresa vai ganhar com isso. Já um caixa de banco, uma profissão que vem sendo extinta, precisa de um reskilling. Ele pode ser aproveitado e treinado para ser um gerente de contas, por exemplo”, completa.

Os gestores comentam que nem todas as empresas investem no reskilling e no upskilling, o que é um pensamento retrógrado e prejudicial à marca. “As empresas precisam desenvolver skills (competências) e não simplesmente cortar ou substituir posições. Se a empresa for ignorante neste assunto, e for trocando um profissional por outro, sua marca vai sofrer, pois ela não conseguirá obter e reter talentos apenas via recrutamento”, argumenta Novo. 

Como manter os elos da cadeia

O setor produtivo é formado por uma cadeia com muitos elos, na forma de colaboradores. Laura Constantini argumenta que a simples eliminação de um elo pode ser prejudicial às empresas. “Há um pensamento no mercado de que contadores não seriam mais necessários, devido às muitas ferramentas tecnológicas disponíveis para a função. A empresa, que tinha um bom contador, pensou em dispensá-lo, mas promoveu um upskilling e o manteve, o que foi muito positivo para o trabalho”, exemplifica ela.

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O assunto é complexo e vasto e dá margem a muitas interpretações. Abaixo, publicamos entrevista com Selma Rodrigues, gerente executiva de Desenvolvimento de Portfólio da Fundação Dom Cabral, que argumenta que é preciso trabalhar não apenas com um bom programa de treinamento, mas também com ações no dia a dia da organização que permitam a prática dos novos conhecimentos. Acompanhe.

Podemos dizer que a requalificação tornou-se um imperativo de crescimento para as organizações? Em caso positivo, qual é o preço que as empresas que não se atentarem a isso pagarão? 

Selma Rodrigues: A dinâmica atrelada ao atual ambiente de negócios traz com ela a necessidade de respostas mais ágeis, contudo, dentro de um contexto onde a informação e novos conhecimentos crescem de forma exponencial, quando comparados ao passado recente. Neste contexto, organizações que não estimularem seus colaboradores a serem proativos na busca de competências que agreguem em sua função atual (upskilling) para que consigam criar valor no novo ambiente, tendem a perder oportunidade de criação de valor, porque responderão da forma antiga a um contexto novo.

O upskilling ficou mais urgente devido às transformações causadas pela pandemia?

Selma Rodrigues: Sim. O upskilling tornou-se uma questão de sobrevivência para as organizações, pois estamos atuando em um ambiente de negócios novo, que foi impulsionado pela Covid-19 e não conseguiremos criar valor dando as mesmas respostas de antes.

ESG (ambiental, social e governança), bem-estar financeiro e saúde psicológica são valores a serem considerados quando falamos de requalificação?

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Selma Rodrigues: Sim. É papel das organizações que querem longevidade articular a pauta ESG junto aos colaboradores, estimulando práticas internas (dar o exemplo) , ampliando a visão do colaborador sobre práticas em seu dia a dia e, fundamentalmente, valorizando a prática junto à sociedade no seu entorno. É espantoso o quanto podemos fazer com baixo esforço para as comunidades no nosso entorno e não o fazemos porque, simplesmente, não observamos.

Feita a análise da necessidade de requalificação da equipe, por onde esse processo deve começar? Quais são os passos?

Selma Rodrigues: É importante ter uma visão sobre o que é preciso agregar de novas competências organizacionais. É fundamental construir um programa que considere a velocidade da mudança atrelada à cultura organizacional. É preciso trabalhar não apenas com um bom programa de treinamento, mas também com ações no dia a dia da organização que permitam a prática dos novos conhecimentos. 




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