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Brasil estaciona no ranking de competitividade do IMD

País está em 60º lugar entre 64 países analisados, tendo perdido uma posição ranking de competitividade do IMD em relação à 2022.

ranking de competitividade do imd © - Shutterstock
por Redação junho 20, 2023
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O mais recente ranking de competitividade elaborado pelo International Institute for Management Development (IMD) coloca o Brasil numa posição ainda estagnada em relação a 2022. O país ocupa agora o 60º lugar entre 64 países da lista. Só quatro nações ficam atrás do Brasil neste levantamento: África do Sul, Mongólia, Argentina e Venezuela. Em 2022, o Brasil ocupava a 59ª posição, mas o número de economias avaliadas era 63. Neste ano, o estudo teve a inserção do Kuwait nas análises.

Apesar do resultado ruim, a análise mostra que o país melhorou em um dos quatro pilares-chave do relatório, que é o de Desempenho Econômico, passando de 48º para 41º lugar no ranking. Essa melhora teria sido puxada pelos avanços no fator de Empregabilidade.

Já os demais pilares sofreram queda, sendo a maior em Eficiência dos Negócios (de 52º para 61º). Esse pilar apresentava os melhores resultados do país no passado recente, mas, desde a edição de 2021, vem mostrando queda, especialmente no fator ‘Práticas de Gestão’ (de 44º para 57º, em 2023). Nos pilares de Infraestrutura e de Eficiência do Governo, o Brasil ficou na 55ª e 62ª colocação nos últimos dois anos, respectivamente.

Economias europeias e asiáticas no topo do ranking

ranking de competitividade do IMD
© – Shutterstock

No geral, o estudo indica uma perda de competividade da América Latina, espaço que vem sendo ocupado pelos asiáticos, na avaliação da IMD. Segundo o estudo, os países latino-americanos se encontram estagnados em baixas posições, enquanto o leste asiático tem apresentado forte ascensão há alguns anos, como indicam os resultados de Taiwan (6º) e Hong Kong (7º).

No topo do ranking, a predominância é de economias europeias e asiáticas. A Dinamarca continua na liderança, seguida da Irlanda (2º), que subiu da 11ª posição e ocupou a colocação que, na última edição, pertencia à Suíça, país que caiu para o terceiro lugar. Os Estados Unidos, maior economia do mundo, subiram uma posição (de 10º para 9º). A Indonésia registra o maior aumento (de 44º para 34º) e a Letônia a maior queda (de 35º para 51º).

A base do relatório do IMD são dados estatísticos e pesquisa de opinião executiva, em termos de capacidades em gerenciar fatores e competências que possibilitem alcançar um crescimento econômico de longo-prazo. Globalmente, a pesquisa para o anuário 2023 obteve a contribuição de mais de 6.400 executivos nos 64 países pesquisados.

No Brasil, a pesquisa de opinião está sob a responsabilidade do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral, que obteve respostas de mais de 100 executivos brasileiros de diferentes setores, regiões e portes de empresas, com o intuito de obter uma representação geral do país.

Em sua análise do relatório, a FDC avalia as trajetórias apresentadas nas duas regiões – América Latina e Ásia – e as divergências provenientes das estratégias adotadas e condições políticas e econômicas mundiais, além das lições que os países latino-americanos podem extrair de países asiáticos. As novas combinações de eventos políticos, sociais e econômicos ampliam o abismo existente entre as nações e resultam em novos desafios a serem enfrentados.

Diversos fatores como educação, finanças, infraestrutura tecnológica, científica, saúde e meio ambiente também são incorporados na metodologia. A variedade de indicadores analisados fornece uma visão única acerca das oportunidades e dificuldades diante dos países inseridos no estudo e permite compreender o panorama competitivo mundial.

Desempenho nacional mostra pontos de melhoria

O desempenho do Brasil no ranking revela os pontos passíveis de crescimento, por meio da classificação feita em subfatores, dentro de cada um dos quatro pilares de análise. O desempenho econômico, como já citado, é o grande destaque, com a melhor posição entre os pilares, retratando o avanço do Brasil em dez posições no subfator emprego. Por outro lado, o país ainda ocupa a 62ª colocação em relação à exportação de serviços comerciais como porcentagem do PIB (2,02%).

Apesar do quarto lugar em empreendedorismo, o Brasil está em penúltimo lugar em práticas de auditoria e contabilidade, dentro do pilar de eficiência nos negócios. A percepção dos empresários entrevistados é de que o ambiente regulatório e a gestão de finanças públicas não favorecem a competitividade, e a Justiça não é bem administrada. 

O mesmo acontece em infraestrutura, quesito no qual o Brasil aparece como o 12º em gastos com educação e 61º em distribuição de infraestrutura. Apesar de ser o 12º com maiores gastos em educação, a performance dos estudantes ocupa a 53º posição. 

A distribuição de infraestrutura também deixa a desejar, colocando o Brasil na 61ª posição. Um exemplo claro da da falta de infraestrutura é o posicionamento do país no 60º lugar em um dos requisitos mais básicos, oacesso a água.

Por fim, fatores como as barreiras tarifárias, o protecionismo, as leis trabalhistas e o fato de ser a 2ª nação que menos destina verba, em porcentagem do PIB, para subsídios, fazem com que a baixa eficiência do governo seja o pilar com a pior colocação.




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