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Estudo aponta oportunidades no cenário macroeconômico para 2023

Estudo do FDC Médias Empresas mostra que o Brasil deve obter boas oportunidades tanto da economia mundial quanto da local para o avanço das empresas médias

cenario macroeconomico 2023 © - Shutterstock
por Redação novembro 30, 2022
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O centro de inteligência do FDC Médias Empresas acaba de lançar o seu relatório anual sobre o cenário macroeconômico global e do Brasil para 2023. O documento pode ser baixado gratuitamente e visa oferecer aos empresários uma visão apurada sobre os diferentes contextos que devem impactar o ambiente de negócios e, dessa forma, auxiliar nas tomadas de decisões. 

Isso porque há uma conjunção de fatores internacionais e domésticos que colocam novamente o Brasil em uma posição única, segundo o estudo elaborado sob a liderança do professor associado e pesquisador na área de Estratégia e Finanças da Fundação Dom Cabral, Gilmar Mendes. 

De forma prática, ao considerar a interseção de três características: (1) dimensões continentais, (2) população acima de duzentos milhões de pessoas e (3) PIB superior a US$ 1 trilhão, apenas os Estados Unidos, a China e o Brasil se encaixam. Contudo, o Brasil é o único que faz parte do Brics, do G20 e está em processo de adesão à OCDE.

Mendes pontua a importância do entendimento desse cenário pelas organizações brasileiras, explicando que, “em um ambiente exponencialmente complexo, a capacidade de antecipar e interpretar cenários é o diferencial que permite agilidade, adaptabilidade e segurança na gestão, alinhando os objetivos de curto prazo à visão de longo prazo da organização”.

Cenário global favorável

cenario macroeconômico 2023
© – Shutterstock

A dinâmica da geopolítica conduzida pelas tensões globais e o arrefecimento das cadeias globais de produção – intensificada pela pandemia – se encontram atualmente com os efeitos da guerra na Ucrânia, que acelera a transição energética com impacto global. Para os responsáveis pelo estudo da FDC, essa é uma combinação de fatores externos que abre novas perspectivas para o Brasil. 

Sabendo que um dos efeitos do funcionamento das cadeias globais de produção é a redução de custos e a eficiência operacional, na saída da pandemia já estava claro que essa eficiência deve ser relativizada com a redução de riscos de suprimentos. Isso vem de encontro aos novos termos e conceitos da geopolítica, como near-shore e near-friend, balizando que, sob alguns pontos de vista, como o dos Estados Unidos, se tornou essencial que as cadeias de produção fiquem mais próximas de suas fronteiras. Isto se mostrou importante tanto contra os gargalos logísticos quanto pelas questões de segurança.

Ao Brasil, essa mentalidade abre oportunidades em várias dimensões que privilegiam a inserção do país nas cadeias globais de produção. Simultaneamente, também pode estimular uma reindustrialização baseada em novos padrões de desenvolvimento. 

Um alinhamento geopolítico favorável diante a polarização dos Estados Unidos com a China é importante para que o Brasil possa aproveitar essas oportunidades, sobretudo porque dispõe de segurança energética, alimentar e institucional. 

Desafios e mercado interno 

Olhando internamente, o país continua sendo um mercado relevante para o plano de expansão de qualquer empresa global. Além disso, se mantém como um player importante na produção de alimentos e novas matrizes energéticas. Por outro lado, a questão interna impõe desafios, que precisam ser endereçados para que o Brasil aproveite as oportunidades comentadas.

Segundo o documento da FDC, as reformas constitucionais e setoriais estão entre eles. A sugestão é que elas continuem visando uma aceleração do ajuste do estado brasileiro às antigas necessidades de geração de ambiente de negócios, de modo que se apresentem favoráveis aos investimentos, com melhoria significativa da produtividade e da competitividade. “Isso implica no impulso para um desenvolvimento duradouro e para a reindustrialização do país alinhada aos novos padrões de desenvolvimento”, defende o estudo. 




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