A volta ao trabalho – híbrida ou não – já está movimentando a retenção de funcionários seniores, segundo a consultoria Robert Walters, especializada em recrutamento. A avaliação é que os colaboradores com mais experiência devem ser estimulados a permanecer nas corporações por meio de um aumento salarial médio de 25%. E profissionais experientes em uma ampla gama de disciplinas, de marketing a finanças e TI, já estão começando a desfrutar desse aumento médio ou até superior, segundo a consultoria.
Após um ano de aumentos salariais para novos ingressantes, as empresas estavam sob pressão para aumentar os salários dos funcionários mais experientes e isso simplesmente para evitar que os colaboradores seniores troquem a empresa por uma rival. Com a redução das restrições de Covid-19, o cenário de ter pessoal com mais de 50 anos afastado da atuação presencial muda, as trazendo novamente para a empresa, mesmo que parcialmente.
A mudança para o e-commerce durante a pandemia também criou um deslocamento no mercado de trabalho, prendendo muitas pessoas em empregos que não são mais procurados.
Profissionais seniores estão confiantes
A pesquisa também revelou um grande grau de insatisfação da equipe com o tratamento dado pelos empregadores durante a pandemia, com dois terços dizendo que deixarão o emprego se não forem recompensados de forma justa. Três quartos disseram estar “muito confiantes” sobre as oportunidades de emprego em seu setor este ano. O relatório aponta ainda que a maioria dos profissionais deu prioridade a “excelente remuneração e benefícios e um esquema de bônus”, enquanto 40% colocam a segurança no emprego como seu requisito mais importante.
“Na verdade, horário flexível (29%), trabalho remoto (22%) e direito a férias (20%) têm uma importância muito menor para os profissionais – talvez porque mais da metade dos trabalhadores de colarinho branco afirmaram que ‘não’ não me incomodo em perguntar sobre o trabalho flexível em uma entrevista de emprego no próximo ano porque eles naturalmente assumem que ‘é algo dado agora’”, avalia Richard Townsend, diretor da Robert Walters Brasil.