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Inteligência artificial e nova forma de se relacionar com o mercado de trabalho mudam processos seletivos

A inteligência artificial pode contribuir com processos seletivos, mas é preciso cautela para que as análises sigam critérios adequados

processos seletivos © - Shutterstock
por Redação novembro 9, 2023
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A procura por vagas de emprego tem mudado, conforme as novas gerações vão se inserindo no mercado. Há duas mudanças que podem ser consideradas marcantes no processo: a nova forma de se relacionar com o trabalho, por parte dos candidatos, e a busca pelas melhores ferramentas, por parte das empresas, que tentam reduzir um turnover que chega a ser considerado assustador em algumas áreas.

Diversas organizações começaram a apostar no uso de ferramentas que auxiliam o RH na tentativa de um processo mais assertivo. O uso “excessivo” de inteligência artificial em alguns casos, no entanto, tem afastado candidatos, que não se acham avaliados da forma que gostariam e reclamam do número de etapas dessas seleções.

Segundo matéria do site Terra, em tese, o processo se torna mais imparcial, ao tirar o elemento humano e seus preconceitos de uma parte relevante do processo. Ao mesmo tempo, a IA pode reproduzir vieses e tornar cada vez mais difícil a compreensão dos critérios utilizados na análise de cada perfil. No final das contas, segundo a reportagem, o robô decide quem será visto ou não.

Nesse ponto são desconsideradas as chamadas, além de aspectos holísticos do candidato, as Mad Skills, ou habilidades incríveis, que são aquelas que vão além do âmbito profissional e estão relacionadas a hobbies, interesses ou experiências pessoais que podem ser valorizados pelas empresas. Segundo a Robert Half, as companhias estão em busca de profissionais que ofereçam novas perspectivas para solucionar problemas, inovar e evoluir, e as Mad Skills podem ser um fator decisivo na hora da seleção. Além disso, segundo a consultoria, as experiências de vida e como a pessoa se saiu de situações desafiadoras, como gerenciar um fracasso ou sucesso profissional, um acidente, uma história de reinvenção de carreira, também são muito reveladoras da personalidade e do caráter de uma pessoa. 

“Se matar de trabalhar” não é mais uma opção

O trabalho não é mais o centro da vida de todo mundo. Conforme reportagem da Fast Company, os jovens talentos desejam saber, por exemplo, como podem crescer na carreira e o que a empresa lhes oferece, desde os benefícios às oportunidades de aprender e expandir suas habilidades. Isso afeta diretamente os processos seletivos, que precisam ser mais claros e dinâmicos. 

Outra questão relevante é a saúde mental. Especialistas defendem que as empresas vão enfrentar dificuldades financeiras se não derem à saúde mental de seus funcionários a atenção que o tema merece. Segundo a McKinsey, tornar seus serviços de saúde mental mais acessíveis e intervir no local de trabalho para melhorar o bem-estar dos times, podem proporcionar melhorias reais nos resultados dos funcionários – e, consequentemente, no desempenho da empresa.

Processos seletivos diferenciados também na graduação

processos seletivos
© – Shutterstock

Ainda sobre as mudanças nos processos seletivos, vale destacar que as escolas também precisam adotar novas práticas para avaliar os candidatos. A Fundação Dom Cabral (FDC), por exemplo, já adota um formato completamente diferenciado de processo seletivo para sua graduação, visando conhecer os candidatos em vários aspectos que demonstram a afinidade deles de perfil e interesses com a proposta do curso de Administração, o primeiro bacharelado da instituição.

“Queremos conhecer quem são e quais as histórias das pessoas que construirão o futuro da Administração conosco. Acreditamos que uma prova mede alguns possíveis conhecimentos e habilidades, mas não dá a visão do todo”, explica Marina Portela, diretora acadêmica da graduação da FDC.

Segundo Marina, a instituição de ensino adota uma prova em modelo de estudo de caso, em que é apresentado um caso com base em uma empresa e dilema reais – com nomes protegidos e alguns dados modificados. “O candidato irá analisar o que foi apresentado, tomar decisões e responder de forma argumentativa-dissertativa sobre o que propuser”, pontua. A atividade, ainda conforme a diretora, foi preparada para que habilidades desenvolvidas ao longo da história do candidato possam ser demonstradas. Habilidades tais como raciocínio lógico, pensamento crítico, visão sistêmica, criatividade e capacidade de argumentação e escrita. Já a atividade em grupos tem como objetivo observar como o candidato interage em grupos, seu potencial de colaboração e como resolve desafios coletivamente.

Essas mudanças nos processos seletivos mostram que as empresas e escolas estão se adaptando às novas gerações de candidatos, que têm necessidades e expectativas diferentes das anteriores. 




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