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Desenvolvimento de médias empresas
A percepção das médias empresas sobre o cenário econômico atual mostra um sinal verde em todos os setores. É o que aponta o mais recente Índice de Confiança das Médias Empresas (ICME), elaborado pelo Centro de Inteligência da Fundação Dom Cabral (FDC) na área de médias empresas. De acordo com o relatório, os resultados da pesquisa apontam uma trajetória de recuperação da confiança, apesar de ainda estar em um patamar baixo.
Embora a indústria tenha apresentado a maior variação positiva no ICME, com 3,9 pontos em relação à avaliação anterior, o setor de serviços ainda demonstra maior confiança em relação aos demais setores. Nesse segmento, o ICME atingiu 47,5 pontos, de um marco referencial de 50.
Na sequência, a indústria aparece com um ICME de 44,2 pontos. Na análise dos pesquisadores, alguns fatores são indicados como impulsionadores da mudança, entres eles as perspectivas positivas em relação à reforma tributária e em relação à redução das taxas de juros. Outro fator relevante é a relativa estabilidade cambial. No conjunto, o contexto favorável explicaria o aumento mais expressivo da confiança empresarial.
O comércio, por sua vez, fecha os setores com um ICME de 42,6. A confiança mais baixa no comércio pode refletir a crise gerada por problemas fiscais e legais em grandes varejistas nacionais, segundo os realizadores da pesquisa. Mesmo assim, o ICME no setor subiu 2,3 pontos em relação ao levantamento anterior.
Na média geral, o ICME avançou 3,4 pontos no segundo semestre de 2023, alcançando 45 pontos. Segundo o estudo, “embora o ICME permaneça abaixo da marca de referência de 50 pontos – valor que delimita maior ou menor confiança empresarial –, houve avanços na confiança tanto em relação às condições atuais, que aumentaram 2,3 pontos, quanto nas expectativas futuras, que registraram um incremento de 4,6 pontos”.
Índice de confiança traz perspectivas de empregos em serviços
O resultado refletiria uma percepção de melhoria ou alinhamento de expectativas em relação ao cenário econômico, político e social nacional e internacional, bem como maior clareza quanto à situação fiscal, à inflação e ao câmbio.
Os resultados da pesquisa mostram ainda uma expectativa de variação negativa de 0,12% em relação a geração de empregos nos próximos seis meses. Tal avaliação é importante, pois, apesar de representar 1,33% do total de empresas brasileiras, as médias respondem por 20% do total de postos de trabalho no país.
O ICME indica, na verdade, uma estabilidade no saldo líquido de empregos, novamente afetando mais o comércio, onde se espera uma variação negativa de 1,1% no saldo líquido de postos de trabalho.
As empresas de serviço vão na direção contrária e a expectativa é de uma variação positiva de 0,6%. A pesquisa para elaboração do ICME atual envolveu 957 empresas de médio porte, sendo 302 do setor industrial, 167 do setor comercial e 488 do setor de serviços. A margem de erro da pesquisa é de 1,70% para a amostra total e de 3,95% na análise setorial, com 95% de confiança.
Os dados foram coletados entre 31 de julho e 28 de agosto de 2023. Quatro especialistas da FDC foram responsáveis pelo trabalho: Áurea Ribeiro, Plínio Monteiro e Diego Marconatto, coordenados pelo gerente de Projetos da FCD, Mauro Oliveira.
