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Esvaziamento das redes sociais já é realidade

Especialistas apontam cansaço dos modelos atuais

redes sociais © - Shutterstock
por Redação novembro 22, 2023
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As redes sociais podem estar iniciando uma nova etapa, segundo alguns especialistas. Elas nasceram para facilitar a conexão das pessoas, independentemente do espaço e do tempo, e também para informar e ampliar o acesso a serviços, mas não parecem estar cumprindo bem esses papéis.

O problema decorre da tentativa, por parte dos usuários, de fazer várias coisas simultaneamente – por exemplo, buscando concentração no trabalho ou estudos e, ao mesmo tempo, de olho nas postagens de seus contatos ou em opções de entretenimento oferecidas pelas mídias sociais. Esse tipo de comportamento foi, por anos, turbinado pela centralização nas grandes plataformas, como Facebook e Instagram. O processo inverso – fragmentação ou descentralização – seria uma das possibilidades de tornar as redes sociais mais saudáveis.

Em vez de viver sob controle das grandes empresas de redes sociais, as pessoas podem viver a experimentação de novos formatos. Ao democratizar as redes sociais, os usuários podem reverter os efeitos negativos do estresse de informação – grande parte pautada pela cultura dos algoritmos e não necessariamente útil para todos. Em vez de poucas plataformas centralizadas, a ideia é ter mais plataformas menores e personalizadas.

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A descentralização também resolveria a demanda de regulamentar o uso das redes sociais centralizadas, que muitas vezes ultrapassam limites, na avaliação de Chand Rajendra-Nicolucci, que pesquisa infraestrutura pública digital na Universidade de Massachusetts Amherst. Para ele, o futuro das mídias sociais pode ser “mais privado e mais fragmentado”.

Menos tempo nas redes sociais

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© – Shutterstock

Num documento publicado no início deste ano, ele e os seus colegas imaginaram um “pluriverso” composto por plataformas existentes e um ecossistema de “plataformas online muito pequenas” – comunidades privadas e serviços de nicho que acolhem o tipo de conversas íntimas ou de interesses específicos. A informação é do jornalista indiano Shubham Agarwal, em artigo publicado na Business Insider.  

Ele mesmo conta como a experiência de se tornar um fantasma para as redes sociais foi produtiva. “Não posto no Instagram desde dezembro, passei de twittar várias vezes por dia para algumas vezes por semana e não faço login no Facebook ou Snapchat há anos. Olhando para muitos dos meus perfis, você pensaria que eles foram abandonados. E não estou sozinho: as pessoas passam cada vez menos tempo nas redes sociais”, resumiu.

Agarwal destaca que as pessoas também estão recorrendo a uma nova safra de plataformas de redes sociais que surgiram nos últimos anos para capitalizar o vazio deixado pela deterioração das grandes plataformas. Alguns dos novos participantes estão tentando recriar as experiências sociais originais e descomplicadas que as grandes plataformas costumavam oferecer, enquanto outros estão experimentando ideias radicais para reiniciar o conceito do zero.

Para ele, não se trata do fim das redes sociais, mas de uma reinicialização e pode ser que isso aconteça com um modelo melhor. “Ninguém sabe como será a próxima grande plataforma social. Mas até que isso aconteça, espero continuar a viver uma vida social online fragmentada e nômade”, disse.




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