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Diversidade de pensamento traz soluções para problemas complexos

Em vídeo da série ESG na Sala do Conselho, executivas e ativistas analisam como a diversidade é importante para o desenvolvimento do negócio

diversidade esg na sala do conselho © - Shutterstock
por Redação agosto 3, 2023
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Focar mais nas diferenças, considerando a diversidade, a equidade e a inclusão, é um caminho produtivo para que as empresas avancem na inovação, na discussão e solução de seus problemas. A opinião é de Mafoane Odara, psicóloga, consultora, professora convidada da Fundação Dom Cabral, ativista e Líder em Recursos Humanos para América Latina na Meta, e de Luci Ferreira, CEO da Assessorlux Assessoria Estratégica, assessoria especializada em diversidade, equidade e inclusão.

As duas executivas foram entrevistadas por Rodrigo Terra, representante da Fundação Dom Cabral (FDC) e da Fast Company Brasil, na série de podcasts ‘ESG na sala do Conselho’. Mafoane defende que “não dá mais para acharmos que ter pessoas que pensem igual vai ajudar a trazer soluções para os problemas complexos que o mundo tem hoje”.

“A forma de resolver os problemas atuais é muito mais complexa que há 40 anos. Complexidade define a modernidade. O que trago para reflexão quando falamos em diversidade, equidade e inclusão é que temos que focar na diferença, porque são as nossas diferenças, nossas complementaridades que vão nos ajudar a avançar na discussão e solução dos problemas”, fundamentou Mafoane.

A força do pensamento crítico

Luci, por sua vez, defendeu que deve haver educação em torno do que chama de pensamento crítico, que perpassa todo o processo de inclusão.

“Pensamento crítico é o poder de mudar de opinião, baseando-se em fatos, deixando a emoção de lado. E o pensamento crítico é desenvolvido por meio da educação, nós temos obrigação de educar”, disse Luci.

As duas entrevistadas, que focaram a conversa no ‘S’ e no ‘G’ do ESG (Meio Ambiente, Social e Governança), cobraram dos Conselhos das empresas em geral uma atuação mais assertiva em relação à inclusão. 

“Senhores do Conselho, atentem para a inclusão. Eu quero ver uma pessoa negra sentada no Board, assim como uma PCD (Pessoa com Deficiência). Eu quero que as pessoas que saíram do armário sejam bem tratadas, assim como as mulheres que voltam da licença-maternidade. Para cada promoção, eu quero uma de cada gênero”, disse Luci, acrescentando que os Conselhos não estão preparados para esta nova realidade, têm medo de uma série de reações, por exemplo, por parte dos investidores.

futuro do trabalho
© – Shutterstock

Futuro do trabalho envolve cinco dimensões

Mafoane, por sua vez, afirmou que o futuro do trabalho, à luz da inclusão, diversidade e equidade, envolve cinco dimensões. 

1. Transformação cultural

A primeira é a transformação cultural nas empresas, com o estabelecimento de uma lógica, o que é aceito, o que é valorizado, onde se quer chegar. Construir esta espinha dorsal seria uma prioridade para a liderança. 

2. Bem-estar

A segunda é o bem-estar dos funcionários, é ajudar as pessoas a oferecer o melhor delas, o que é um elemento de saúde mental e garante a sustentabilidade da empresa. 

3. Inclusão e diversidade

A terceira dimensão é a inclusão, estabelecer relações que potencializem as capacidades do colaborador e respeitem a diferença, possibilitando mais desenvolvimento e inovação da corporação. 

4. Autonomia

A quarta é a questão da autonomia. Após o que vivemos na pandemia, percebemos que a forma de lidar com o trabalho funciona de maneiras diferentes para cada trabalhador. Surgiu o trabalho remoto, que abrangeu 11% da população brasileira, então é uma situação desigual, não é para todos. Mas vamos olhar para essa desigualdade do tamanho que ela tem e pensar que existem novas formas de trabalhar.  Por que todo mundo precisa chegar ao trabalho às 8h e sair às 18h? Será que não se consegue olhar para as diferentes necessidades e realidades que a gente tem?

5. Soluções personalizadas

A quinta são as soluções personalizadas, ou seja, o que funciona em uma empresa não funciona necessariamente em outra.

Mafoane e Luci concordam com a lógica de que as empresas precisam entender que as pessoas estão no centro da estratégia, não são periféricas. 

“São as pessoas que vão garantir o desenvolvimento dos projetos, são elas que vão pensar a inovação e, inclusive, aplicar a tecnologia. A tecnologia não vai substituir os seres humanos, eles vão executá-la”, argumentou Mafoane. 

A executiva acrescentou que, no passado, as empresas eram cobradas para proporcionar desenvolvimento econômico. Hoje são cobradas também em torno de questões como saúde, educação, sustentabilidade e desenvolvimento social. “O que antes era responsabilidade só do estado, hoje é papel da iniciativa privada também. As empresas não podem abdicar de sua responsabilidade social e os Conselhos têm papel fundamental nisso”, defendeu.




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