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Apenas um terço dos CEOs entendem que conselhos contribuem para o negócio

Para as lideranças executivas, os conselheiros precisam melhorar em tecnologia, gestão de pessoas e novos negócios, aponta pesquisa

conselhos Foto: Freepik
por Redação janeiro 8, 2024
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Pesquisa da consultoria Maio, realizada com 97 CEOs, apontou resultados pouco positivos no relacionamento entre executivos e os conselhos de suas empresas. A pesquisa descobriu que  apenas 32% dos CEOs concordam que o conselho “contribui efetivamente com estratégia e diretrizes claras”. Para 48,4% dos CEOs, “o conselho contribui com diferentes temas, mas pode melhorar em algumas áreas”, e, para 19,6%, ele “tem papel mais fiscalizador do que estratégico”.

A Maio é uma consultoria de executive search e avaliações de executivos e conselhos, e a pesquisa teve por objetivo mensurar a qualidade do relacionamento entre CEOs e conselhos, com a meta de recomendar ações de melhoria aos pontos sensíveis.

Os entrevistados foram de companhias de tamanhos e formatos diferentes, que responderam a um questionário online entre setembro outubro de 2023. A pesquisa concluiu que a relação entre CEOs e os conselhos se transformaram nos últimos 15 anos, em razão das novas configurações do mercado corporativo, novas práticas financeiras e agendas globais.

Mas nem todos os itens da pesquisa tiveram resultados fracos ou negativos. Os CEOs destacaram como “excelente” e “satisfatório” os conhecimentos sobre finanças (77,3%), sobre o papel fiscalizador do Conselho (66%) e sobre o papel da empresa na comunidade e sociedade (62,9%).

É preciso revisitar processos

conselhos
© – Shutterstock

“Chama a atenção na pesquisa o fato de que, na percepção dos CEOs, os conselhos são mais orientados para aspectos operacionais, como fiscalização, finanças e governança, do que para conhecimento em estratégia, novas oportunidades de negócios e inovação”, observou Luiz Alberto Marinho, sócio-diretor da Gouvêa Malls. “Isso tem mais relação com o formato das reuniões do que com as competências dos conselheiros. Em outras palavras, na teoria, todo mundo quer evoluir. Mas para isso é preciso revisitar processos”, completou.

Entre os 97 CEOs, 71% afirmaram que o nível de conhecimento em tecnologia pelos conselhos precisa ou pode melhorar. Já em relação à gestão de pessoas, mais da metade dos respondentes (53%), também entenderam que os conselheiros precisam evoluir. Em termos de negócios e inovações, também uma taxa alta (52%) disseram que os conselhos precisam de melhorias.

De forma mais detalhada, os pontos que não foram muito positivos a favor dos conselheiros foram:

Novos negócios e inovação

Diz respeito ao crescimento inorgânico em negócios que não fazem parte do portfólio atual da companhia)

Tecnologia

Engloba digitalização, inteligência artificial, tecnologia da informação como um todo, infraestrutura e segurança cibernética

Gestão de pessoas

Envolve planejamento sucessório, remuneração, avaliação de desempenho e cultura corporativa.

Comitês são vistos de forma positiva

A pesquisa é mais ampla e, além da qualidade/perfil dos conselheiros, avaliou a importância e aplicação de comitês temáticos nas organizações. De modo geral, esses grupos são bem avaliados. Porém, chamou atenção a carência de comitês de sustentabilidade, presente em apenas 32% das empresas entrevistadas.

Outros comitês, como o de finanças, têm mais presença nas companhias: 75% das avaliadas. Por outro lado 49,5% não contam com comitês de estratégia e de riscos e 44,3% não têm comitê de pessoas ou remuneração.




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