O setor financeiro está usando a pandemia de Covid-19 como um dos catalisadores de transformações digitais, segundo Flávio Gaspar, diretor de produtos da Topaz, empresa do Grupo Stefanini. O executivo resumiu em seis tópicos as tendências que devem impactar o setor financeiro em 2022, destacando os novos modelos de negócios que vêm sendo descobertos e, inclusive, a adoção de políticas de meio-ambiente, governança corporativa e responsabilidade social (ESG). 

Além da pandemia, Gaspar lembra que as inovações estão sendo implementadas também pelo fato de estarem na agenda regulatória dos bancos centrais ao redor do mundo, combinadas com o surgimento de várias tecnologias. 

Na lista do especialista, a primeira tendência é a escalada da computação em nuvem flexível, que será definida por uma abordagem mais técnica e abrangente. Isso significa que ela vai contemplar diferentes modalidades de nuvem: privada, pública, híbrida, virtual ou comunitária. “Assim, os bancos podem aproveitar os benefícios de forma integrada, rápida e econômica, buscando adicionar serviços, produtos, canais e aplicações digitais”, relata. 

O crescimento do Banking as a Service (BaaS) é a segunda tendência, com um mercado previsto de US$ 15 bilhões até 2025 somente no Brasil. O BaaS é uma opção rápida e de menor custo para transacionar no Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e para participantes indiretos no Sistema de Pagamento Instantâneo (SPI), permitindo o uso do PIX, por exemplo.

O Open Banking aparece na lista como uma oportunidade de negócios, pois “empodera” o usuário, na medida em que os dados estão sob seu poder. “Além de melhores condições de crédito, o Open Banking também melhora a educação financeira da sociedade, visto que soluções de agregação de contas e de assistentes para finanças pessoais têm se proliferado no mercado”, analisa Gaspar. 

Outras tendências do setor financeiro em 2022

O especialista igualmente lista o aumento do investimento em Privacidade, Segurança de dados e Cibersegurança como tendência para 2022 e lembra que o próprio Open Banking deve pressionar o setor financeiro a investir mais em segurança cibernética e privacidade de dados. A transição acelerada dos canais físicos para o digital, provocada pela pandemia, também contribui para os dois movimentos – Open Banking e segurança cibernética. 

Outras duas tendências fecham a lista do Grupo Stefanini. A Hiperpersonalização de Produtos e Serviços, que coloca o cliente no centro de tudo, é a primeira delas. 

Segundo Gaspar, a estratégia de atendimento centrada no cliente passa a ser fundamental para conquistar a confiança do consumidor digital. E ele cita dados da milleniumdisruptionindex.com, cuja pesquisa indica que 73% dos consumidores acreditam que seus bancos não promovem uma boa experiência de uso, quando comparados às bigtechs como Facebook, Google, Apple, entre outros.

O Início das Moedas Digitais Reguladas fecha a lista e há um porquê nisso: a falta de regulação das criptomoedas causa insegurança jurídica para os mercados, instituições e consumidores, inibindo a adoção em escala. Com a regulação, será possível a liberação, inclusive, do Real Digital, previsto para daqui a dois anos.