As “carnes vegetais” são o melhor investimento para o futuro do clima, defende artigo do professor associado da Fundação Dom Cabral, Ricardo Azambuja. O texto foi publicado no prestigiado jornal francês Liberátion e produzido em colaboração com outros dois especialistas: Tom Bry-Chevalier e Nicolas Salliou. O material foi publicado na edição de 22 de julho deste ano e os autores defendem que a carne cultivada, como também é conhecida, seria uma alternativa eficaz para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE), e por isso deveria receber mais financiamento para produção. 

Os articulistas citam o relatório recente do Boston Consulting Group (BCG) sobre o tema, que traz várias informações importantes, inclusive que cada euro investido nestes produtos teria três vezes mais impacto do que se fosse colocado na melhoria energética de edifícios, por exemplo. Esse investimento também representaria onze vezes mais do que na fabricação de carros elétricos.

Carne vegetal pode ser mais popular nos próximos anos

Sobre o cenário atual, é pontuado que os investimentos em proteínas alternativas, o que inclui a carne cultivada, já está crescendo e teria saltado de US$ 1 bilhão, em 2019, para US$ 5 bilhões em 2021, segundo o BCG. 

Por outro lado, apesar de ainda serem subfinanciadas, essas alternativas representam apenas 2% dos produtos de carnes, ovos e lácteos vendidos. A boa notícia é que essa participação pode aumentar para 11% até 2035, levando em consideração as tendências atuais de crescimento.

Com esse volume, as proteínas alternativas reduziriam as emissões de gases de efeito estufa a uma quantidade equivalente à atual pegada global da aviação, compararam os articulistas. Com mais investimentos, contudo, a participação das proteínas alternativas pode dobrar nesse período, chegando a 22% e ampliando ainda mais a contribuição na descarbonização global.

carne vegetal

“As alternativas mais clássicas, à base de cereais, ervilhas, feijão ou soja, devem continuar crescendo cerca de 10% ao ano, mas novos produtos promissores, ainda em desenvolvimento, devem entrar no mercado também”, afirma o Pesquisador da Fundação Dom Cabral.