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Educação e aprendizagem
Pode parecer inacreditável, mas estudos mostram que as pessoas perdem até 80% do que aprenderam no período de um mês. Isso é o que mostra a chamada “Curva de Esquecimento Ebbinghaus”, que aborda as vantagens e desafios do microlearning (microaprendizagem), uma metodologia de ensino de funcionários no mundo do trabalho, que prima pela simplificação e rapidez na forma de transmitir conteúdo.
O tema foi citado em artigo do site da Valamis, empresa finlandesa de software empresarial, que destaca que o microaprendizado é uma maneira de ensinar e treinar funcionários em pouco tempo, mas atingindo o objetivo pretendido. O método envolve ensinar novas informações em pequenos blocos por vez, em sessões com duração máxima de dez minutos.
Memória pode aumentar, diminuir e voltar várias vezes
O conceito de microaprendizagem é baseado no método criado por Hermann Ebbinghaus. Em meados da década de 1880, ele tornou-se a primeira pessoa a criar uma abordagem científica para estudar a memória e apresentar conceitos como a curva de aprendizado e a curva de esquecimento.
Por meio de testes, Ebbinghaus começou a avaliar as capacidades e a função da memória, observando que nem sempre ela é consistente. “A memória pode aumentar, diminuir e voltar várias vezes”, diz o artigo. De acordo com os estudos, as pessoas normalmente perdem 80% do conhecimento que absorvem em um mês.
“Quando as pessoas aprendem grandes quantidades de informações, elas as retêm por um certo período de tempo. No entanto, se essa informação não for considerada crucial para as tarefas em questão, o conhecimento tende a se degradar com o tempo. O conceito de microaprendizado pode ser usado para resolver esse problema. Dividir o conteúdo em pequenas partes e relembrar diferentes aspectos dele ao longo do tempo pode ajudar a melhorar a retenção do conhecimento e a produtividade”, explica o artigo.
Assim, o microaprendizado pode melhorar o treinamento no local de trabalho, porque os funcionários aprenderão em um curto período de tempo e sem interromper suas tarefas diárias. O método trabalha com o cérebro para priorizar informações que podem ser mais relevantes para um fluxo de trabalho diário.
Existe ainda o nanolearning ou nanoaprendizagem, que é um método similar à microaprendizagem, mas envolvendo conteúdos ainda mais curtos, de três a cinco minutos.
Nesta matéria, vamos nos concentrar na microaprendizagem, que representa muitas vantagens, mas também muitos desafios para os empregadores para implementá-la no local de trabalho. Por isso o artigo da Valamis traz uma espécie de guia para lidar com o método.
Benefícios da microaprendizagem
1. Requer menos tempo para consumir o conteúdo
A grande vantagem por trás do microaprendizado é que ele é rápido. No máximo, leva cerca de dez minutos. Microaprendizado é a forma como o funcionário aprenderá aspectos do seu trabalho em pequenas partes, com investimentos de tempo reduzidos.
2. Aumenta o envolvimento dos alunos
Mesmo as pessoas com grande capacidade de atenção podem ter dificuldade em permanecer engajadas em longas sessões de aprendizado. No entanto, quando as pessoas sabem que seu treinamento levará apenas alguns momentos, é muito mais fácil para elas lidarem com ele.
3. Melhora a retenção do conhecimento
Pequenas etapas de aprendizado, com blocos de informações menores, podem ser usadas para aprendizado sob demanda. O método permite que os indivíduos se mantenham atualizados na atual sociedade do conhecimento. Isso ajuda a reforçar o conhecimento e a memória.
4. Permite o aprendizado em movimento (aprendizagem móvel)
Como a microaprendizagem depende de sessões de treinamento pequenas e curtas, é fácil torná-la acessível para qualquer dispositivo, não apenas para computadores. O método funciona em sinergia com o aprendizado móvel, como o uso de telefones celulares, para que o funcionário possa aprender em qualquer lugar.
5. Oferece suporte ao aprendizado individualizado
As pessoas aprendem de maneira diferente. Assim, a microaprendizagem permite que encontrem uma forma de aprendizado que funcione para elas. Em vez de um curso rígido e estruturado, os funcionários podem encontrar uma solução flexível, o que permite aprender em seu próprio ritmo, seja um assunto em que se destacam, seja um que precisam de mais tempo para dominar.
Cada curso de microaprendizagem tem um foco direcionado em um item específico. Isso garante que os funcionários não percam tempo tentando vasculhar um curso grande para encontrar uma ou duas seções que realmente precisam aprender.
Desafios do microaprendizado
1. É preciso trabalho e recursos para manutenção
Para o empregador, os programas de microaprendizagem podem levar tempo, recursos e muito esforço para serem mantidos. É preciso reservar um tempo para planejar os módulos e garantir que sejam relevantes para os funcionários.
Isso pode se tornar complicado porque é preciso garantir que cada sessão faça sentido por conta própria e também possa se encaixar em uma parte maior e sequencial do aprendizado (para fazer sentido com os cursos anteriores e posteriores).
Também é preciso atualizar periodicamente o conteúdo, pois a tecnologia e os procedimentos de negócios mudam com o tempo.
2. Dimensionamento do conteúdo personalizado
Como os cursos de microaprendizagem são muito curtos, isso significa que um curso tradicional completo pode ser dividido em várias dezenas de cursos rápidos. Analisar todas essas informações e personalizá-las pode ser extremamente difícil.
3. Questão de acessibilidade
Os designers instrucionais precisam garantir que os cursos sejam formatados e otimizados de acordo com os padrões de acessibilidade e as melhores práticas para pessoas com alguma incapacidade.
