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Impacto positivo e legados sustentáveis
Apesar das mulheres corresponderem a aproximadamente metade da população mundial, ainda existe grande desigualdade, uma delas sendo a baixa presença feminina em cargos de liderança nas organizações. Essa é a avaliação de Erica Bamberg, professora associada da Fundação Dom Cabral. Ela cita dados da ONU, pesquisas internacionais e levantamentos no Brasil para validar sua afirmação.
É o caso da recente pesquisa realizada em 51 países pela Deloitte e que indica que 19,7% das vagas são ocupadas por mulheres — um crescimento de apenas 2,8 pontos percentuais quando comparado a 2018. Ocupando a 39ª posição do ranking dos países, nesta mesma pesquisa, o Brasil é representado por apenas 10,4% das vagas.
O problema já vem sendo acompanhado há tempos, com o mapeamento sobre a presença feminina nos cargos mais altos das organizações. Na pesquisa Estatística de Gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil, divulgada pelo IBGE de 2019, 62,6% dos cargos gerenciais eram ocupados por homens e 37,4% pelas mulheres. Na edição anterior, elas ocupavam 39,1% dessas posições.
Embora as mulheres sejam mais instruídas e dediquem um tempo maior de estudo do que os homens, elas recebem apenas 77,7% do rendimento, quando comparado a eles. Esse dado e outros citados acima jogam contra as empresas. De acordo com Érica, a presença feminina nos cargos mais altos das organizações pode trazer vantagens e ser desenvolvida em qualquer corporação. Mas como fazer isso?
Os passos para construir igualdade e paridade de gênero
A professora associada da FDC indica dez passos (veja lista a seguir) para construir a igualdade e paridade de gênero no mercado corporativo, começando com a criação de um grupo de líderes para tratar do tema e avançando para ouvir os principais stakeholders, além de listar os potenciais conflitos que o tema poderá trazer. O processo continua com a exploração desses conflitos por meio da criação de prováveis soluções que tratem a inclusão, a equidade e a promoção da diversidade de gênero.
A orientação continua com a avaliação dos impactos, positivos e negativos, sendo necessário estabelecer soluções e resultados desejados, priorizando aquelas que possam assegurar a entrega de impactos à empresa. A implementação das soluções deve ser acompanhada de mensuração de resultados, assim como deve haver a disposição para revisão dos planos. Finalmente, é importante aproveitar o momento de revisão para avaliar o propósito, valores e princípios da empresa.
“Uma nova jornada empresarial se inicia e sendo necessário, não hesite em buscar parceiros especialistas que possam ajudar a mediar os debates, aportar conhecimento e desenvolver caminhos para uma nova transformação em seu negócio e a todas as partes envolvidas”, argumenta Érica.
Confira os 10 passos para construir a igualdade e paridade de gênero no mercado corporativo
- Constitua um grupo de líderes para cuidar deste tema. Importante ser um grupo diverso e com opiniões consistentes e que tenha visão ampla;
- Levante percepções sobre o tema com os seus principais stakeholders: clientes, fornecedores, colaboradores, concorrentes e com empresas de outros setores que apresentam desafios semelhantes;
- Faça uma lista dos potenciais conflitos que o tema poderá trazer;
- Explore os conflitos com a criação de prováveis soluções que tratem a inclusão, a equidade e a promoção da diversidade de gênero;
- Avalie os impactos, positivos e negativos, que estas soluções poderão trazer para o negócio;
- Para cada solução, estabeleça um objetivo e os resultados desejados;
- Priorize as soluções que possam assegurar a entrega de impactos a sua empresa, a promoção ao desenvolvimento da cultura e benefícios a sociedade;
- Implemente as soluções, mensure os resultados e esteja disposto a aprender com os erros e acertos;
- Esteja disposto a rever os planos e a tomar decisões que antes não estavam em pauta;
- Aproveite e revise o propósito, valores e princípios da sua empresa. Uma nova jornada empresarial se inicia e sendo necessário, não hesite em buscar parceiros especialistas que possam ajudar a mediar os debates, aportar conhecimento e desenvolver caminhos para uma nova transformação em seu negócio e a todas as partes envolvidas.