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Inovação e transformação digital
A relação entre Inteligência Artificial (IA) e leapfrogging foi discutida pelos professores Fabian Salum e Karina Coleta, da Fundação Dom Cabral (FDC), em artigo da MIT Sloan Review. Na opinião dos dois, a IA “tem o potencial de transformar como os setores operam, tornando-os mais eficientes e produtivos para que o ‘salto’ ganhe ainda mais velocidade e agilidade”. O salto, no caso, é figurativo e é conhecido internacionalmente como leapfrogging, que pode ser traduzido por pulo do sapo, brincadeira que no Brasil conhecemos como “salta carniça”.
“Analisando o cenário atual, o fenômeno de leapfrogging é uma das possibilidades para as organizações darem saltos de desenvolvimento no mercado competitivo e digitalizado, com o apoio da inteligência artificial (IA)”, resumem os dois especialistas.
Salto exige qualificação dos colaboradores
De acordo com os especialistas, o uso inteligente da IA é um caminho para criar novas oportunidades de desenvolvimento. Para promover a aceleração, no entanto, o processo exige capital humano qualificado, com conhecimento técnico e capacidade de análise crítica. “Este é o grande pulo, já que a proposta de valor é usar o mínimo de esforço para alcançar o máximo, economizando tempo para atividades mais importantes”, reforçam os articulistas.
Eles também listaram vários exemplos, mostrando saltos já aplicados. É o caso do mercado financeiro no Brasil, onde fintechs oferecem serviço financeiro móvel que permite aos usuários transferir e conseguir empréstimo, comprar crédito e pagar contas pelo celular. Em sua avaliação, as oportunidades detectadas conectam-se às carências dos usuários e dos ecossistemas com as tecnologias impulsionadoras de soluções (leapfrogging).
Exemplos de leapfrogging
E onde entram os saltos? Na avaliação deles, os pulos do sapo resultaram da oferta de serviços bancários sem cobranças de taxas, com acesso gratuito aos produtos que também são oferecidos pelos outros bancos (Nubank), migração da população para a cidade de um sistema bancário limitado (M-Pesa); guerra civil e terrorismo; e instabilidade política e econômica (EVC Plus).
Na área de saúde, o exemplo vem dos Estados Unidos, com a plataforma AutoBed, da GE, de Nova York, que reduziu em até quatro horas o tempo de espera de pacientes nas salas de emergência do hospital, monitorando leitos (sensores nas camas). Usando IoT (internet das coisas), a equipe de enfermagem do hospital sabe quando a cama ou leito é liberada e onde está localizada.
Outro segmento é o de agronegócios, na África, onde a Esoko auxilia na gestão de dados e consultoria para os agricultores de baixa renda. A plataforma oferece serviços de coleta e digitalização de dados, previsão meteorológica, crédito digital, seguros, pagamentos e serviços de transação. Ou seja, independente do mercado e da região, a IA pode ser uma ferramenta eficaz para pular etapas.
