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Greenwashing entra na mira de relações públicas 

Agência de relações públicas Edelman quer romper com clientes que não adotam as práticas de ESG

greenwashing © - Shutterstock
por Redação 16 de fevereiro, 2022
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As políticas de sustentabilidade, responsabilidade social e de governança, resumidas na sigla ESG, também podem ser maquiadas pelas corporações, a partir de vários subterfúgios. Essa prática, conhecida como greenwashing, está na mira dos observadores mais atentos. A agência de relações públicas – e de outros serviços de comunicação – Edelman é um deles. 

A companhia anunciou estar determinada a romper com os clientes que não seguirem de fato as práticas de ESG, optando pela dissimulação por meio de greenwashing. A iniciativa é para estimular a indústria a adotar uma nova postura acerca das mudanças climáticas e foi publicada em matéria do site especializado Meio & Mensagem

Para avançar no seu projeto, a Edelman revisou a parceria com 330 clientes durante quase dois meses e criou o projeto especial dentro da iniciativa de sustentabilidade da empresa, chamada de Edelman Impact. O projeto nasceu da pressão do grupo ambientalista Clean Creatives, que teria pedido à agência para abandonar clientes de áreas como petróleo e gás, incluindo gigantes como Exxon Mobil e Shell. 

“A petição da Clean Creatives – um grupo descrito como uma união de profissionais de publicidade que querem um futuro com um clima seguro – circulou durante a conferência climática global da ONU, em novembro, e contou com a assinatura de mais de 100 ativistas, acadêmicos, escritores, atores, entre outros profissionais”, detalha a Meio & Mensagem. 

O posicionamento oficial da Edelman é o de que a empresa deu um passo adiante (depois dos dois meses de revisão de processo com clientes) e mirou no estabelecimento de princípios operacionais e de negócios que seus clientes devem seguir. 

Princípios de greenwashing da Edelman

Os seis princípios determinados pela companhia são: trabalhar com as empresas comprometidas em acelerar as ações para chegar ao impacto zero e em sinergia com o Acordo de Paris; colocar a ciência e os fatos em primeiro lugar; promover as melhores práticas e padrões para a comunicação climática; assegurar a inclusão; e focar apenas na transição e ser responsáveis.

Apesar do avanço, o Clean Creatives não parece ter sido totalmente convencido das ações da Edelman e manifestou-se via redes sociais. Para os ativistas, Richard Edelman (CEO da agência) “nunca levou o processo de revisão a sério” e “não há especialistas externos envolvidos e nem padrões transparentes para avaliar as metas climáticas dos clientes.” Outra crítica veio de Thomas Kolster, líder da Goodvertising.

“Infelizmente, como costuma acontecer com as agências de publicidade, há mais conversa do que ação. Dito isso, aplaudo essa mudança e, se for feito da forma correta, pode inspirar outras redes e agências a olharem para seus padrões e diretrizes”, disse. 

Ele também ponderou, ao lembrar que as estruturas de ESG podem ser uma visão simplificada do mundo e da totalidade do relacionamento entre agência e clientes. Para Kolster, a “Edelman começou essa jornada, é um primeiro passo. Vamos esperar que isso possa inspirar e provocar mais inovação.”




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