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Impacto positivo e legados sustentáveis
As mudanças trazidas pelo novo coronavírus não ficaram restritas à saúde física, segundo uma pesquisa da Talenses Executive, realizada em parceria com a Fundação Dom Cabral, em abril deste ano. O levantamento ouviu 573 profissionais mostrou o impacto de transtornos mentais que a pandemia ocasionou no ambiente de trabalho. A amostra envolveu uma diversidade de gênero (55% de homens e 45% de mulheres) e de hierarquia, com 26% dos pesquisados em cargos de alta liderança, 45% em posições de liderança e 29% em início de carreira. Na época do levantamento, 87% dos entrevistados estavam empregados.
Para 74% dos pesquisados, a pandemia contribuiu para prejudicar a saúde mental, sendo que em dois, de cada dez entrevistados, o problema foi de maior intensidade. Do ponto de vista de gênero, os homens se mostraram menos afetados: 32% respondeu que não foi prejudicado mentalmente pela pandemia, enquanto o público feminino que não se disse afetado foi de 19%.
Gerações Y e Z sofreram muito; Baby boomes, menos
Geracionalmente, os números indicam que os profissionais mais jovens foram mais impactados. Na geração Z, ou seja, os nascidos entre a segunda metade da década de 1990 e 2010, o montante de 81% se disseram afetados mentalmente pela pandemia.
Por outro lado, os profissionais nascidos entre o fim da Segunda Guerra Mundial e 1964, os baby boomers, indicaram que foram os menos afetados, com apenas 4% dizendo ter tido bastante problemas de transtornos mentais com o surgimento do coronavírus. Nessa faixa de idade, metade dos pesquisados afirmou que teve um pouco de problema e 46% (o índice mais alto nesse tipo de resposta) afirmou que não se sentiu impactado pela pandemia.
Quem mais sentiu – de forma intensa – foi o grupo da geração Y: três, em cada dez, respondeu que foi bastante impactado. Nesse caso, estamos falando de profissionais nascidos entre o começo da década de 1980 e o final do século passado.
Entre os transtornos apontados, a ansiedade foi o principal problema, sendo apontada por 40% dos profissionais. A depressão (22%) e o Burnout (20%) aparecem na sequência. A crise de pânico foi citada por 12%, enquanto o transtorno de estresse pós-traumático foi indicado por 4% dos pesquisados. E mais: para 70% deles os transtornos afetaram diretamente a produtividade e os tornaram menos criativos e menos desmotivados. A irritação com os colegas de trabalho igualmente apareceu no radar. Para 32%, o gestor não está dando o apoio necessário. Outros 37% avaliam que esse suporte acontece, mas em partes.