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‘Dupe’ ou ‘fake’? Entenda o conceito que está movimentando a Geração Z

Cultura ‘dupe’, que emula artigos de luxo em cópias mais baratas, ganha destaque em vários países e domina as buscas e avaliações no TikTok

dupe © - Shutterstock
por Redação dezembro 20, 2023
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A geração Z defende a necessidade de democratizar os artigos de luxo, e esse movimento, classificado como dupe, abre uma caça a produtos quase idênticos aos originais. Segundo o site The Fifth, o TikTok é uma das maiores plataformas de tendências de moda e a última febre a tomar conta da plataforma de vídeos curtos são os ‘dupes’, do inglês ‘duplicate’. Segundo o site, a hashtag #dupe já teve mais de 2,7 bilhões de visualizações.

Anteriormente, possuir uma cópia excessivamente óbvia era visto como algo para se sentir envergonhado, como ter algo ‘fake’. Com a adoção dessa tendência pela Geração Z, encontrar ‘dupes’ é uma conquista, que agora está se tornando motivo de orgulho. Recentemente, a apresentadora de TV Annaliese Dayes orgulhosamente usou o TikTok para exibir seu próprio ‘dupe’ da House of Sunny, por exemplo, e o vídeo ganhou 767 mil visualizações.

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Foto: @annaliesedayes/Reprodução

Os representantes da Geração Z, nascidos entre 1997 e 2010, ainda são muito jovens para ganhar altos salários e comprar produtos originais, e isso justificaria o movimento.

Vídeo no TikTok se tornou viral

Blythe Snyder viralizou ao ser pioneira na versão paródia, rotulada como a tendência ‘doop‘. Enquanto fazia compras na Target, Snyder começou a notar quantos itens a lembravam de produtos mais sofisticados. Ela usou o TikTok para documentar isso, segurando produtos como uma sacola preta, chamando-a de “prada dupe”. O vídeo rapidamente se tornou viral e recebeu mais de 2,9 milhões de visualizações.  

Há, no entanto, desafios que vêm com a cultura do ‘dupe’. As tendências de moda e beleza estão sempre mudando e, portanto, a produção de dupes requer um rápido turnaround. Para cumprir prazos tão apertados, as marcas de fast fashion muitas vezes não atendem aos padrões ambientais e sociais.

Além disso, o Fashion Checker relatou que 93% das marcas de fast fashion não pagam aos trabalhadores de vestuário um salário digno, o que significa que os ‘dupes’ incentivariam uma cultura de trabalho exploradora.

Shein adiciona mil novos estilos a seu site todos os dias

dupe
© – Shutterstock

A Shein, marca chinesa de fast fashion, é um exemplo. Em uma publicação no Instagram de @Highsnobiety, foi relatado que ela adiciona mais de mil novos estilos ao seu site todos os dias. Com isso, ela quadruplicou sua receita nos últimos três anos, atingindo US$ 15,7 bilhões em vendas.

Há também a questão da propriedade intelectual e de quem detém o design, e, embora as marcas de topo não tendam a se importar quando são copiadas, há muitos casos de litígio no território do mercado médio.

No geral, quando se trata de cultura de ‘dupe’, segundo o site The Fifth, há uma batalha de acessibilidade versus responsabilidade. Pode-se argumentar que é elitista supor que as pessoas podem comprar roupas de grife ou sempre comprar eticamente, enquanto outros argumentariam que as preocupações com a sustentabilidade superam o argumento da acessibilidade.




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