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Book de Transição deve ser suporte também para governos reeleitos

Framework do Book de Transição foi baseado em um modelo de profissionalização pela Fundação Dom Cabral

governos reeleitos © - Shutterstock
por Redação dezembro 1, 2022
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As perspectivas dos principais atores da elaboração do Book de Transição foi o tema do segundo painel do CONSAD Express, evento que marcou o lançamento, no último dia 21 de novembro, do material elaborado em conjunto pelo Conselho Nacional de Secretários de Estado da Administração (CONSAD), em parceria com o Centro de Liderança Pública (CLP), a Fundação Dom Cabral (FDC) e o Movimento Vamos (baixe gratuitamente neste link).

A representante da Fundação Dom Cabral (FDC), Renata Vilhena; o gerente de Políticas Públicas do Sebrae, Fábio Marimon e o coordenador de Portfólio do Instituto República, Diogo Lima, detalharam o processo de criação do documento, ressaltando a necessidade de um olhar amplo para o período de transição.

O Book de Transição é resultado de um trabalho desenvolvido ao longo dos últimos anos nos Fóruns do Conselho em áreas como transformação digital, compras públicas, ativos e patrimônios, concessões e parcerias público-privadas (PPPs), além de gestão de pessoas, ciência de dados, saúde e segurança, escolas de governo, reforma administrativa entre outros. 

Para os colaboradores, o conteúdo deve atender não apenas aos estados que estão mudando suas gestões do executivo, mas também deverá ser utilizado nas gestões em que houve a reeleição de governadores. Dentro disto, o moderador, Tadeu Barros, pediu que a representante da FDC, Renata Vilhena, explicasse como foi a metodologia utilizada para desenvolver o framework nos três grupos coordenados pela Fundação. São eles: compras, escola de governo e gestão de pessoas. 

O papel da FDC no Book de Transição Governamental

Renata Vilhena, especialista em gestão pública, contou aos presentes como o tema vem sendo acompanhado nos últimos anos dentro da FDC. “Começamos a estudar esse movimento e fizemos um framework, pois entendemos que a transição é um momento de tensão e de expectativa. Tensão para o governo que está saindo, deixando o poder, por conta das suas entregas; e de expectativa para o que está entrando, que fez uma série de pactuações e de promessas de campanha”, disse.

Todo o framework foi baseado em um modelo de profissionalização, pois na concepção da FDC, a transição não se inicia a partir do momento em que o novo governo é eleito, mas sim seis meses antes, garantindo que não aconteça a descontinuidade de políticas públicas, pensando em complementos do que é necessário ser feito e em novas ações, sempre tendo a responsabilidade fiscal como ponto crucial e também deixando um legado de tudo que foi construído. 

Primeiros 100 dias

© – Shutterstock

Ainda segundo Renata, os primeiros 100 dias de governo marcam outra etapa significativa. “O governo que começa bem tem mais chance de entregar melhor ao longo da sua gestão. É o momento de planejar o que vai ser feito no curto, médio e longo prazo. Julgamos muito importante que, permeando toda essa trajetória, a gente invista muito na qualificação. E não só dos servidores, mas também das lideranças que vão ocupar os cargos, buscando os perfis corretos, de acordo com os desafios que a função requer”, disse ela.

O Sebrae foi outro parceiro que desenvolveu papel importante nesse processo. O gerente de Políticas Públicas, Fábio Marimon, contou que nos últimos dois anos o grande desafio foi proteger os pequenos negócios, duramente afetados pela pandemia. “Tivemos de usar muito as políticas públicas para proteger os empregos, aprovar linhas de crédito. Participar dessa discussão é muito importante pra gente”, disse.

Ele ressaltou que as políticas públicas são uma questão permanente e, com a transição, novos atores surgem, mas a pauta tem de permanecer, pois o país possui mais de 21 milhões de pequenos negócios que representam um grande “sustentáculo” da economia. “Continuamos trabalhando pela simplificação tributária e em toda essa pauta de melhoria do ambiente de negócio”, resumiu.

Book abre produções e alinhamentos futuros

O coordenador de Portifólio do Instituto República, Diogo Lima, ponderou que não dá para falar de gestão pública sem falar em pessoas. Ele disse que a parceria Vamos está olhando da porta para dentro, ou seja, para a força geradora de resultados de qualquer governo brasileiro, que são as pessoas que atuam nele. 

“Estamos olhando para as lideranças que compõem o governo. Entendo que é um elemento gerador de resultado que ajuda a decantar a política que foi definida no plano de governo, na visão estratégica do político com o restante da máquina”. Por outro lado, ele pontuou que o Movimento Pessoas à Frente vai dar o foco à centralidade para tudo que as pessoas fazem no governo e em nível estratégico, o que pode ser feito para melhorar essa gestão de pessoas no serviço público.

Concluindo o painel, o presidente do CONSAD, Bruno D´Abadia, afirmou que a elaboração do Book de Transição colocou à prova tudo que o Conselho prega, que é unir secretários de 27 unidades da Federação, com  formas diferentes de enxergar a própria administração pública e colocá-los  imbuídos dos mesmos propósitos, autorizando e motivando as suas equipes a trabalharem  em prol do mesmo objetivo.

“Vamos fazer desse Book o primeiro volume, não único, de outros que virão. Porque mais que transição de governo, como já foi colocado, isso tem a ver com compartilhamento de boas práticas, com a aprendizagem dentro da gestão pública. O processo é e sempre será mais importante que a chegada”, definiu ele.




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