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As empresas – e também os funcionários – querem investir em treinamento e desenvolvimento, segundo pesquisa da Fundação Dom Cabral (FDC) feita com 120 executivos de Recursos Humanos (RH) e 410 funcionários de várias organizações. Realizado entre julho e agosto do ano passado, o levantamento foi feito em parceria com a plataforma ODDDA [O Dia Depois De Amanhã]. Intitulada Aprendizagem Corporativa Para a Construção de Futuros, a pesquisa, entre outras coisas, avalia o aumento da relevância da área de RH para o desenvolvimento dos profissionais e a multiplicação de formatos e plataformas para a aprendizagem corporativa.
Das corporações que participaram do levantamento, 54% vão investir até 0,5% do faturamento bruto em treinamento e desenvolvimento em 2022. Entre os colaboradores, foi percebido que metade está disposta a investir mais de 2% do salário para se atualizar.
Outro dado da pesquisa é a sede de conhecimento por parte dos profissionais. Segundo a FDC, 51% dos colaboradores buscam, diariamente, informações sobre novidades nas suas áreas de atuação. “Os trabalhadores sentem que as organizações estão enviando estímulos para aprendizagem e 37% o fazem com plataformas internas, 27% com programas de mentoria e 19% por meio de comitês para discutir soluções de problemas e melhorias”, destaca a comunicação oficial sobre a pesquisa.
“O trabalho nos deixa entusiasmados em relação ao aprendizado, seja ele profissional ou de qualificação. Há um futuro promissor para a aprendizagem corporativa, com empresas e indivíduos dispostos a investirem em conhecimento, que se torna mais acessível a um maior número de pessoas”, afirma Paula Simões, vice-presidente de Conhecimento e Aprendizagem da FDC. Segundo ela, os dados confirmam o impacto da pandemia sobre a área de treinamento e desenvolvimento em 2020 e 2021 e reforçam a importância da área de Recursos Humanos neste processo.
“Com as possibilidades ampliadas pelo uso de tecnologias, pode-se alcançar públicos para os quais antes as soluções de desenvolvimento seriam muito caras pelo volume de pessoas impactadas e dispersão geográfica”, avalia Paula.
Desafios da aprendizagem corporativa
O desafio da área, junto com as escolas de educação executiva, torna-se muito maior, segundo Paula. Ela ressalta, no entanto, que a migração para o online, exigida pela pandemia, deverá ser parcialmente revertida com o gradual retorno das atividades presenciais e destaca que prevalece a percepção de que o futuro da aprendizagem corporativa será híbrido, modelo apontado por 56% dos líderes de RH ouvidos na pesquisa.
Já Alexandre Teixeira, cofundador da ODDDA, avalia que o resultado do estudo contribui para a assertividade das ações de treinamento e desenvolvimento profissional. “A pesquisa enriquece a compreensão da aprendizagem corporativa no Brasil, com muitos insights sobre como as pessoas aprendem dentro das empresas e quais os assuntos no radar das organizações, em termos de competências a desenvolver, no médio e no longo prazo”.