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Saiba quem já está testando a semana de 4 dias de trabalho no Brasil

Ao todo, 22 empresas inscritas no programa 4-Day Week nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Campinas começam a aplicar o projeto neste mês

semana de 4 dias © - Shutterstock
por Redação janeiro 26, 2024
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Muito se fala sobre os benefícios e riscos da semana de 4 dias de trabalho, conceito que começou a ser aplicado há poucos anos na Nova Zelândia e alcançou vários países de Europa, África e Américas. A novidade no Brasil é que, após três meses de treinamento, 22 empresas inscritas no programa 4-Day Week começam a testar o modelo neste mês, visando atrair e reter talentos, melhorar a produtividade e criar mais qualidade de vida para seus funcionários, segundo o InfoMoney.

As empresas atuam em setores variados e estão situadas nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Campinas. Inscritas no programa “4-Day Week” no Brasil, em parceria com a consultoria Reconnect Happiness at Work, as empresas passaram por três meses de treinamento antes de colocar o novo modelo em prática. Mais de 70% das organizações integrantes do piloto decidiram testar a semana de 4 dias com todos os funcionários, enquanto seis delas vão experimentar a nova jornada só em alguns departamentos.

Veja quais são as empresas envolvidas

Abaixo, segue a lista das empresas que começam a adotar a semana de 4 dias no Brasil e que autorizaram divulgação da iniciativa:

  • Ab Aeterno
  • Agência PiU Comunica
  • Alimentare Nutrição e Serviços Ltda
  • Brasil dos Parafusos Comercial Ltda
  • Clara Associados
  • Clementino & Teixeira Advocacia
  • Editora MOL
  • Forte Urbano
  • GR ASSESSORIA CONTABIL SOCIEDADE SIMPLES
  • Greco Design
  • Haze Shift
  • Hospital Indianópolis
  • Innuvem
  • Inspira
  • Maker Brands
  • NOONO Studio
  • Plongê
  • Smart Duo
  • Soma CSC
  • Thanks for Sharing
  • Oxygen

Como foi a preparação

semana de 4 dias
© – Shutterstock

Renata Rivetti, fundadora da Reconnect Happiness at Work, explicou que as empresas estabeleceram um cronograma para a implantação da semana de 4 dias. Durante o planejamento, elas continuaram na semana 5 dias até entenderem qual seria a melhor estratégia – dar folga na sexta-feira, por exemplo, ou estabelecer um sistema de rodízio entre as equipes. Também foi discutido como irão comunicar o novo modelo aos clientes. Além disso, foram iniciadas  pesquisas para acompanhar todo o processo.

A 4-Day Week explica que, pelo novo modelo, o profissional continua recebendo 100% do salário, mas trabalha 80% do tempo e, em troca, se compromete a manter 100% de produtividade. É por isso que o modelo ficou conhecido como “100-80-100”.

Matéria divulgada no site Brasilagro aposta que várias empresas brasileiras devem adotar a semana de 4 dias já a partir de 2024, citando a pesquisa da empresa norte-americana construtora de currículos Resume Builder, que levantou que 20% dos empregadores nos EUA já adotaram a semana de 4 dias e outros 41% planejam adotá-la.

Riscos trabalhistas

Mas nem tudo é perfeito. Embora a intenção das empresas seja melhorar a qualidade de vida dos funcionários e a produtividade, há alguns riscos envolvidos no modelo. David Carvalho Martins, advogado trabalhista português, sócio do escritório Chiode Minicucci/Littler, adverte que o sistema pode levar alguns funcionários a usar o tempo de sobra para buscar outros trabalhos.

Por isso, o advogado acrescenta que há algumas questões trabalhistas a serem discutidas. O modelo reduzido precisará envolver, por exemplo, a confidencialidade, quando o funcionário trabalhar para um concorrente, ou problemas como acidentes de trabalho no deslocamento entre vários empregos, diz o profissional.

No Brasil, Renata Rivetti revela que, de fato, a questão trabalhista vem sendo uma preocupação das empresas propensas ao modelo de 4 dias de trabalho, devido a questões da CLT. Por isso, o projeto conta com uma assessoria jurídica, que tem proposto acordos com categorias e sindicatos, “para não correr riscos e mostrar que a iniciativa é um projeto-piloto e que tudo pode voltar ao normal, se não funcionar, não configurando retirada de direitos adquiridos”, afirma a especialista.




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