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Reforma tributária será gradual e com ações até 2033

Processo terá várias etapas ao longo da década, depois da promulgação feita no final do ano passado

reforma tributaria Foto: Lula Marques/ Agência Brasil
por Redação janeiro 31, 2024

Depois de mais de 30 anos de tramitação, com várias mudanças no caminho, a reforma tributária foi aprovada no ano passado. A promulgação da emenda constitucional que deu origem ao processo, porém, não é o último passo. Na verdade, ela começa em 2024 e o modelo será implementado aos poucos.

Ainda neste ano, começam a ser analisadas as novas leis ordinárias e complementares que devem regulamentar a reforma e que possuem quóruns mínimos variados para sua aprovação.

A promulgação foi comemorada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, como transparente, justa e equitativa, e também pelo Ministro da Economia, Fernando Haddad, como participativa e com a vantagem de ter uma cláusula que reconhece a necessidade de revisão periódica das regras.

Avanços previstos da Reforma Tributária

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Foto: Jonas Pereira/ Agência Senado

Entre os marcos da mudança está a unificação dos tributos em 2026, com o estabelecimento de uma alíquota única de teste. Essa fase envolve uma alíquota de imposto de valor agregado (IVA) federal de 0,9% (com abatimento de PIS e Cofins) e outra de 0,1% para o IVA estadual (com abatimento de ICMS e ISS). 

A etapa seguinte – prevista para 2027 – elimina os tributos de PIS e Cofins, com exceção daqueles que impactam a Zona Franca de Manaus. Já o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) terá sua alíquota zerada. 

O próximo passo é a extinção da vigência dos atuais impostos estaduais e municipais em 2028. Eles passam a ser unificados no novo IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), que é parte do IVA a ser estabelecido pela reforma. Em nível federal, o IVA será representado pela CBS (Contribuição Social sobre Bens e Serviços).

Com essas mudanças acima, a fase final da reforma ganha tração e deve acontecer entre 2029 e 2033. Nesse período, o objetivo é que as alíquotas de ICMS e ISS comecem a cair gradativamente até que o novo IBS seja consolidado. 

Os dados acima são da reportagem especial do Jornal da Globo, que contou com a participação do economista Carlos Primo Braga, professor da Fundação Dom Cabral (FDC). 

Na avalição de Braga, a reforma é positiva, mas é preciso aguardar a regulamentação dela para avaliar o potencial de aumento de produtividade nas empresas e eliminação das distorções atuais que encarecem os produtos e serviços. 

Um dos exemplos do sistema tributário atual, segundo ele, é o gasto anual das pequenas e médias empresas para atender os compromissos da legislação nessa área: 1.500 horas. Esse tempo é 80% maior do que a maioria das PMEs latino-americanas gastam com o mesmo propósito e dez vezes mais do que uma empresa europeia do mesmo segmento. 




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