A internet e as redes sociais vêm se tornado aliadas das empresas quando o objetivo é valorizar e fortalecer sua marca no mercado e também internamente, junto aos funcionários. Empresas como Nestlé, Pepsico e Unilever recorrem cada vez mais a micro influenciadores para cumprir esse objetivo. Os profissionais são formados em programas criados pelas próprias companhias e as iniciativas têm sido bem-sucedidas.
Os micro influenciadores têm entre 10 mil e 50 mil seguidores – diferente dos grandes influencers, que têm mais de um milhão de seguidores – mas seu papel passou a ser considerado relevante pelas empresas.
Conforme matéria publicada no site da Exame, a Pepsico, empresa americana de alimentos, lanches e bebidas, criou, por exemplo, o programa PEPfluencer, que desenvolve talentos da empresa para serem embaixadores da companhia no Brasil. Esses embaixadores têm a missão de representar a marca nas redes sociais. A iniciativa foi implementada de forma virtual, em 2020.
- Sentir orgulho da companhia é importante
- Empresas criam micro influenciadores
- Nestlé desenvolve programa interno
- Unilever investe nos U-Fluencers
- Mercado de micro influenciadores
Sentir orgulho da companhia é importante
Estagiários, que foram o primeiro público foco do programa, e profissionais de diversas áreas integram o projeto, de forma voluntária, informa Alessandra Machado, líder de Aquisição de Talentos Pepsico Brasil. Para participar do programa, é importante que o colaborador “tenha orgulho” de pertencer à Pepsico.
“Nos três primeiros anos, nossos influencers fizeram mais de mil postagens, com mais de 2 milhões de visualizações, impactando mais de 10 mil pessoas diretamente e ajudando a PepsiCo a ampliar 90% os seguidores no LinkedIn”, comemora Machado.
Empresas criam micro influenciadores
Segundo Ana Catarina Holtz, co-founder na BALT, empresa de pesquisa, tendências e estratégia que estuda marcas e consumidores a partir de metodologias proprietárias, muitas empresas estão apostando em treinamentos com profissionais para transformá-los em micro influenciadores, mostrando a rotina e os valores da companhia.
“Para as marcas muito grandes, é um desafio se conectar com os clientes. Os micro influenciadores aparecem para ajudar a quebrar essa barreira e ter essa conexão com os consumidores”, explicou Holtz.
Nestlé desenvolve programa interno
Em 2021, a Nestlé criou o Programa Nestlé Creators, uma das primeiras iniciativas na creator economy, que na época era exclusiva para a formação de nano e micro criadores de conteúdo. Segundo Anahi Guedes, diretora de comunicação corporativa da Nestlé Brasil, a iniciativa logo depois se voltou para o público interno, para reforçar ainda mais a marca empregadora.
“Em 2022, lançamos o Programa Influencers Nestlé by Nestlé Creators, que é uma oportunidade que os nossos funcionários têm para falarem em suas redes sociais do orgulho que sentem em trabalhar na companhia”, disse ela à reportagem da Exame.
Esse programa também é 100% voluntário, sem remuneração. Os interessados pela capacitação fazem suas inscrições e têm total liberdade para criarem seus próprios conteúdos. “Já recebemos mais de 1,4 mil inscrições de pessoas que atuam em diferentes operações da companhia em todo o Brasil”, comemora Guedes.
Unilever investe nos U-Fluencers
A Unilever também investe no desenvolvimento de micro influenciadores internos desde de 2020, e os chama de U-Fluencers. Hoje, há 16 líderes nesse time, e eles utilizam o LinkedIn como principal canal para falar de temas relacionados às suas áreas de atuação.
“Essa estratégia contribui não só para o crescimento do negócio, mas para mostrar a expertise da Unilever”, disse Ana Paula Franzoti, diretora de Cultura e Equidade, Diversidade e Inclusão da Unilever Brasil. O LinkedIn, segundo ela, mapeou que os usuários da rede social têm três vezes mais probabilidade de confiar nas informações compartilhadas por funcionários da empresa do que as compartilhadas pelo CEO.
Mercado de micro influenciadores
Segundo a ESPM, o Brasil é campeão mundial em número de influenciadores digitais, na categoria Instagram. São 10,5 milhões de micro influenciadores, segundo pesquisa da Nielsen, que contabilizou postagens feitas entre novembro de 2021 e abril de 2023 nas plataformas Instagram, TikTok e YouTube.
Consideradas as três plataformas, o Brasil fica em segundo lugar, perdendo apenas para os Estados Unidos, onde há 13,5 milhões de micro influenciadores. A China, com outras plataformas, não entrou no estudo.