Para Neil Thompson, pesquisador do MIT, haverá uma automação significativa nos próximos anos, e grande parte dela poderá levar cerca de uma década, repetindo um ciclo comum a outras tecnologias que se espalharam pela economia. Mas isso não significa que a Inteligência Artificial vá substituir todas as atividades. Pelo contrário.

O especialista adianta que a exposição à IA, ou seja, as ocupações onde o trabalho humano é vulnerável à substituição pela IA, são menores do que se pensa. Nem todas as tarefas serão automatizadas, na avaliação de Thompson. De acordo com ele, apenas 23% delas, ou seja, praticamente 1 em cada 4 tarefas com ampla compatibilidade técnica são economicamente atraentes para serem implementadas atualmente. 

IA não deve substituir empregos porque é mais cara

Falando de outra maneira, isso significa que a atual visão computacional em nível de empresa só tem uma vantagem econômica em 23% das tarefas. Além disso, existem barreiras para implantações de IA como serviço. Conclusão: provavelmente, precisaremos ver uma redução acentuada nos custos de visão computacional para que haja a substituição do trabalho humano no curto prazo.

O ponto de vista do pesquisador está baseado no artigo Além da exposição do IA: Quais tarefas são econômicas para automatizar com visão computacional?, escrito por ele, em parceria com outros três especialistas: Maja S. Svanberg e Wensu Li do MIT, do The Productivity Institute, e Brian C. Goehring, do Institute for Business Value da IBM.

O modelo desenvolvido pelos quatro pesquisadores começa com a avaliação de desempenho de tarefas reais na economia e avança para questionar qual sistema de IA seria necessário para automatizá-las. A etapa final considera as decisões de adoção, nas empresas, dos recursos analisados. 

De acordo com Thompson, a capacidade de modelar todo esse processo resultou em respostas notavelmente diferentes das pesquisas anteriores, o que explica um meio termo entre as visões otimistas e pessimistas da empregabilidade com IA.