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Gestão de créditos de carbono no agro é possibilidade para pequenos produtores rurais

Demanda impulsionou projeto de empresa de consultoria para facilitar acesso desses produtores ao mercado de carbono

creditos de carbono agro © - Shutterstock
por Redação 13 de junho, 2024
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O mundo acadêmico pode contribuir para a realidade de segmentos econômicos e sociais. Um projeto aplicativo apresentado ao programa Executive MBA da Fundação Dom Cabral (FDC), elaborado por cinco alumni da FDC – a Hexágono Consultoria – propõe uma empresa voltada para o desenvolvimento de projetos de créditos de carbono por pequenos produtores rurais de Minas Gerais, segmento relevante da sociedade brasileira, porém carente de recursos, capacitação e escala para viabilizar o seu acesso a este mercado.

O projeto foi elaborado por Álvaro Cotta, Creso Felipe Macedo, Eduardo Pereira, Henrique Saade e Raquel Starling, tendo como orientador o professor Eduardo Penna de Sá. O eixo de sustentação é o cenário no qual o mercado de créditos de carbono se mostra promissor para os próximos anos, considerando-se os compromissos firmados entre os países signatários dos Acordos de Quioto e Tóquio e de redução da emissão de gases do efeito estufa (GEE), visando controlar o aumento da temperatura média no planeta e seus impactos ao meio ambiente.

Investimento e viabilidade

creditos de carbono agro
© – Shutterstock

Os alumini constataram viabilidade para os projetos, considerando os cenários de preços atualmente praticados no mercado regulado de carbono, mas envolvendo uma relevante demanda de investimento inicial a ser suportada pela consultoria. Isto resulta em uma projeção de receita a partir de um ano e meio da implantação e com retorno sobre o investimento a partir do oitavo ano.

Contudo, diante das incertezas sobre a regulação do mercado brasileiro, foi avaliado o cenário com preços do mercado voluntário de créditos de carbono, que não apresentou viabilidade. Concluiu-se, porém, que apesar das fragilidades e riscos identificados, os projetos de créditos de carbono podem vir a ser viáveis e atrativos para os pequenos produtores rurais e, consequentemente, para a Hexágono, que desenvolveria esta oportunidade para os empreendedores.

Regulação do mercado

O projeto destaca a importância de consultorias como a Hexágono possibilitarem a democratização do acesso ao mercado de carbono de pequenos produtores rurais que têm potencial para agir nesta área. Mas chama a atenção para a necessidade de os agentes e os governos promoverem ações para regular o mercado e, assim, facilitarem investimentos para que iniciativas como a Hexágono saiam do papel.

Os alunos contam que a ideia surgiu da possibilidade de gerar oportunidades de criação adicional de receitas para os produtores rurais. Por um lado, estes produtores têm grande potencial para a implantação de iniciativas sustentáveis de reflorestamento ou aumento de produção associado à preservação de áreas de floresta nativa. Por outro, são um segmento carente de recursos, capacitação e escala para a implantação dos projetos que viabilizem a sua participação no mercado de créditos de carbono, devido à sua alta complexidade e aos custos elevados.

Estrutura da consultoria

A estrutura inicial proposta é formada pelo corpo de sócios fundadores que atuarão como consultores, em trabalho remoto, sem instalação física, terceirizando os serviços técnicos para a prospecção de clientes e elaboração dos projetos, além do estabelecimento de parcerias com empresas atuantes no setor, visando a certificação e as auditorias necessárias para a rastreabilidade dos créditos gerados.

Foi realizado o estudo de viabilidade para a empresa, com diferentes cenários futuros, considerando os estágios de maturidade dos mercados e a incerteza sobre o preço dada à necessidade por regulamentação em diferentes regiões do globo, e em específico no Brasil.

Etapas envolvidas

O estudo passou por diversas etapas, começando pela definição e caracterização do negócio, gerando uma proposta de valor para os potenciais clientes. A partir da viabilidade mercadológica, construiu-se a projeção de receitas. Com o estudo de viabilidade técnico-operacional, elaborou-se a projeção de custos. Por fim, uma vez que a análise de viabilidade legal-regulatória agregou aspectos relevantes sobre o ambiente de negócios onde a empresa operaria, sem apresentar aspecto impeditivo à atuação proposta, seguiu-se com um plano de implantação da Hexágono, incluindo um organograma de estrutura inicial, um cronograma de implantação e os custos envolvidos, bem como a receita projetada.

O projeto destaca que, para a decisão de investimento, além de desenvolver expertise no mercado, viabilizar fontes de financiamento para o desenvolvimento e implantar os projetos e criar soluções financeiras e tecnológicas para reduzir os custos, será necessário o acompanhamento, nos próximos anos, da evolução do cenário geopolítico global.

Também se faz necessária a manutenção dos compromissos firmados entre as nações signatárias dos Acordos de redução das emissões de GEE, assim como a evolução dos projetos de regulamentação em tramitação do mercado de créditos de carbono no Brasil, o que poderá mitigar riscos e viabilizar os projetos nessa área promissora.




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