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Empreendedorismo ou “uberização” do trabalho?

Artigo destaca necessidade do poder público e de empresas apoiarem a formação para empreendedores, que surgem devido à precarização do mercado formal de trabalho

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por Redação 10 de junho, 2024
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A carência de opções de trabalho digno e com remuneração à altura está fomentando a chamada “uberização do trabalho”, com indivíduos recorrendo a uma espécie de empreendedorismo improvisado como fonte de sustento. Em artigo publicado no Neo Mondo, portal ligado à sustentabilidade, Eder Campos, diretor de Educação Social da Fundação Dom Cabral (FDC), discorre sobre essa tendência e defende que deve haver um compromisso social das empresas em apoiar o contexto desse espírito empreendedor, seja na sua cadeia de valor (fornecedores, representantes e clientes), seja de suas comunidades do entorno.

Campos diz que muitos desses empreendedores enfrentam condições laborais duras e jornadas longas, submetidos a uma insegurança financeira constante. Em muitos casos, o empreendedorismo deixou de ser uma escolha de agentes econômicos, mas uma resposta à falta de alternativas. Nesse contexto, o diretor comenta que o poder público e empresas deveriam fomentar juntos a formação empreendedora desses trabalhadores e destacar o “S” da sigla ESG (Social) nessas relações, visando um futuro mais produtivo e sustentável.

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Abordagem ESG

“Empresas que adotam uma abordagem ESG (Ambiental, Social e Governança) se comprometem não apenas a gerar lucros para os acionistas, mas também a criar valor para os funcionários, clientes, comunidades e o meio ambiente. Precisam olhar para além do resultado trimestral e idealizar a perenidade dos negócios”, diz o diretor.

Mas, se, por um lado, muitos trabalhadores partem para o empreendedorismo de forma improvisada e sem preparo, por outro, o mercado do trabalho formal, em muitos casos, não se mostra atraente, o que incentiva a “uberização”. É preciso reconhecer, diz Campos, que as jornadas ofertadas, em termos de custo-benefício, precisam ser mais atrativas, e isso requer agregação de valor nos processos produtivos em longo prazo.

Investimento na formação

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“O mesmo empresário que reclama de não achar colaboradores para vagas formais poderia avaliar como criar arranjos informais, com incentivos aderentes e educação que suporte uma rede engajada e duradoura. Há uma necessidade de investir na formação de habilidades para o nosso empreendedor popular”, defende o diretor.

Eder Campos prossegue, afirmando que, independentemente da motivação inicial, “é essencial reconhecer o potencial transformador do espírito empreendedor, especialmente em um contexto marcado por incertezas econômicas”. Porém, o despertar desse estado requer não apenas coragem, mas também formação e capacitação adequadas, acrescenta.

“É fundamental fornecer aos empreendedores as ferramentas necessárias para precificar serviços, planejar finanças e desenvolver a resiliência necessária para enfrentar os desafios do mundo dos negócios”, argumenta o diretor.




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