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Quase metade dos servidores nunca observou um desvio ético no órgão que atua, mostra pesquisa

Levantamento feito pela FDC com servidores aponta que “situações indevidas” diminuíram na percepção dos respondentes

servidores mg © - Shutterstock
por Redação 14 de junho, 2024

Qual a percepção do agente público do Poder Executivo do Estado de Minas Gerais sobre questões relacionadas com a ética e a corrupção na Administração Pública? Esse foi o recorte da pesquisa “Ética e corrupção no Poder Executivo do Estado de Minas Gerais: percepção dos agentes públicos”, realizada pela Controladoria-Geral do Estado de Minas Gerais (CGE) e pela  FDC Gestão Pública, sob coordenação do professor Paulo Renato de Sousa, da Fundação Dom Cabral. 

servidores mg
O anúncio dos resultados aconteceu durante a programação da III Semana Mineira de Controle Interno.
Na foto: Patrícia Becker (diretora de Gestão Pública da FDC) e Rodrigo Fontenelle (controlador-geral do Estado de MG) – Divulgação/ CGE

Os resultados se mostraram otimistas: 48% dos respondentes não observaram agentes públicos atuando de forma indevida. A pesquisa identificou também que há uma maior quantidade de desvios éticos do que de atos de corrupção. Ganância, impunidade ou práticas enraizadas na sociedade representam quase 60% das razões apontadas para o envolvimento de agentes públicos nesses atos de corrupção. 

Mesa de diálogo para debate sobre os resultados da pesquisa.
Na foto (da esquerda para a direita): Soraia Dias, Danuza de Paiva, Thomaz Barbosa e Kênnya Kreppel – Divulgação/ CGE

Os desvios comportamentais, práticas enraizadas no indivíduo ou existência de oportunidades representam mais de 70% das razões apontadas para o envolvimento de agentes públicos em desvios éticos. Além disso, mais de 50% dos respondentes partem de uma responsabilização do indivíduo para casos de ações antiéticas.

Causas e ações para comportamentos indevidos

Ao avaliar condutas e comportamentos indevidos no exercício da função pública, os resultados apontam para quatro ações que concentraram mais de um terço das respostas positivas pelos respondentes. São elas: “Usar a posição ou o cargo para ajudar um amigo ou familiar”, com 45,77% de respostas positivas; “Obter benefícios profissionais em função de vínculos com políticos ou autoridades”, com 42,24%; “Deixar de seguir regras devido à pressão das chefias”, com 42,14%; e “Priorizar interesses privados ao invés de interesses públicos nos projetos da organização”, com 37,95%. 

O relatório, que teve como objetivo central contribuir para a existência de dados embasados que orientem ações de combate à corrupção e promoção da integridade no setor público, mostrou que houve mudança positiva na percepção dos servidores em relação à incidência de atos indevidos, mas há desafios relacionados à impunidade e falta de uma cultura de integridade nos ambientes organizacionais. A pesquisa teve um total de 3.963 respondentes, em sua maioria (75%) servidores efetivos.

Aumentar o engajamento por parte dos servidores, incentivar a implementação de políticas públicas eficazes e a criação de um ambiente que desencoraje práticas corruptas são algumas das soluções apontadas. 

Para o professor Paulo Renato de Sousa, a implementação de políticas públicas bem direcionadas, baseadas em evidências e orientadas pelas percepções daqueles que lidam com o problema no dia a dia é fundamental. “O material traz dados relevantes para subsidiar iniciativas que promovam um ambiente de integridade e conformidade com os normativos vigentes. Com isso, espera-se não apenas avançar no combate à corrupção, mas também fortalecer os valores éticos e o compromisso com o interesse público em Minas e no Brasil”, pontua.

Para baixar o material na íntegra, clique aqui




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