O anúncio de investimentos de empresas chinesas no Brasil deixou de ser frequente como era há alguns anos, mas isso não significa o enfraquecimento da relação entre os dois países
A mudança decorre de novos mecanismos de controle de capital implementados pelos chineses em anos recentes, o que torna mais complexo o envio de dólares para o exterior
O tema foi discutido no seminário global Leadership in the New Geopolitical Order: China and Brazil, que reuniu os professores Rodrigo Zeidan, da New York University Shanghai e da FDC, e Patricio Giusto, da Universidad de la Defensa Nacional (UNDEF) e da Universidad Nacional de La Plata
Zeidan, que está baseado em Xangai, lembrou que as reservas chinesas, que já chegaram a US$ 4 trilhões, hoje se estabilizaram por volta de US$ 3 trilhões, sendo que boa parte da diferença está nos investimentos feitos no exterior por companhias chinesas
Assim, com restrição de envio de capitais, a participação internacional chinesa tem sido direcionada pelo governo por meio de financiamento de projetos de infraestrutura e fornecimento de insumos produzidos no país
O professor da FDC reforçou que a China é o maior parceiro de negócios do Brasil, sendo que nós somos um dos poucos países no mundo com superávit na balança comercial
Em sua visão, a China tem sido subestimada a curto prazo e superestimada a longo prazo