O prazo de validade também chegou para os conselhos clássicos do mundo corporativo. Vários deles estão tão impregnados nas empresas que é fácil reconhecê-los, de cara. Um exemplo é o “faça sua parte que alguém irá ver e reconhecer o seu trabalho”. Infelizmente, esse pensamento não faz mais sentido.
A visão passiva – e ultrapassada – deve ser substituída por uma atitude proativa, com clareza de objetivos e com uma comunicação efetiva, pela qual o colaborador mostra o valor que entrega. A iniciativa de movimentação também deve envolver a pesquisa de oportunidades, tanto internas como externas.
Saiba quais são outros pensamentos comuns e ultrapassados.
1. Introversão não é um problema

Na mudança de percepção, os introvertidos estão sendo vistos de maneira diferente. O conselho clássico de “seja mais extrovertido para conseguir uma promoção” é coisa do passado. Na avaliação de vários profissionais de RH, a introversão não significa dificuldade de comunicação. E mais: pessoas com essa característica podem conhecer profundamente assuntos que interessam à empresa.
2. Networking não é sobre quantidade
Outro ponto de vista tradicional envolvia o aumento da rede de contatos. É a frase clássica: “networking é sobre quantidade”. Ledo engano nos dias de hoje. Você não será lembrado pela distribuição em massa de cartões em algum tipo de evento. O mesmo vale para a construção extensa de um perfil no LinkedIn. Pode até ser volumoso, mas tem que ter consistência e relevância. O conselho atual é combinar autenticidade e interesse de fato pelas pessoas que fazem parte da sua rede.
Leia também:
Saiba o que é e a importância do networking para carreiras
3. Especialização abrangente

A especialização igualmente passa por reavaliações. “Seja especialista e foque em uma só área” deixou de funcionar. O grande perigo é conhecer demais determinada área e ela se tornar obsoleta no mundo corporativo.
Leia também:
Nexialista: o profissional do futuro
4. “Escolha fazer o que gosta” é uma máxima que nem sempre funciona
Claro que sempre é importante escolher uma profissão de acordo com suas habilidades e propósito, mas nem sempre isso é suficiente. “Você pode amar pintar quadros ou cozinhar bolos, mas se não souber transformar isso em um negócio viável, vai acabar frustrado. Amor não paga boletos”, diz Lincoln Fracari, autor do livro “Cabeça de Líder, Mentalidade de CEO”.
Assim, especialistas destacam que o ideal é combinar aquilo que se gosta de fazer com o que é, de fato, uma oportunidade de mercado. Para tanto, vale empreender e entender melhor como funcionam as estratégias de marketing. Caso isso não renda os resultados esperados, o conselho é: trabalhe primeiro naquilo que traz retorno financeiro e utilize estes recursos para financiar projetos pessoais.
5. Não é mais necessário trabalhar incansavelmente
Trabalhar “duro” nem sempre garante o sucesso profissional. “O mercado não recompensa esforço, mas, sim, resultados”, alerta Fracari. Portanto, o mais importante é focar em atividades que realmente façam sentido para seu negócio ou trabalho, e saber demonstrar o valor de suas entregas.
6. Mulheres não precisam escolher entre carreira e família

Muitas mulheres, ao resolverem ter filhos, ou ao assumirem cuidados com algum familiar idoso ou com algum nível de dependência, sentem-se pressionadas a fazer uma escolha: ou a carreira, ou a família.
Leia também:
Maternidade é dilema para profissionais
Isso, não necessariamente, é uma verdade. “As mulheres que vivenciam a maternidade desenvolvem habilidades valiosas, como gestão de tempo, empatia, resiliência e inteligência emocional”, destaca Ana Carla Oliveira, especialista em desenvolvimento profissional para mulheres e recolocação e carreira.
7. Idade não limita novas oportunidades
Muitos profissionais, especialmente mulheres, acreditam que após os 50 anos passaram da idade para buscar novas oportunidades. Isso está longe de ser verdade, uma vez que além da experiência acumulada, as pessoas nessa faixa etária tendem a ter maiores habilidades interpessoais. Além disso, a diversidade é importante para qualquer empreendimento, e empresas inovadoras tendem a valorizar a maturidade e combater o etarismo.
Leia também:
Mulheres maduras buscam transição de carreira
A lista completa dos conselhos clássicos e sua nova interpretação foi publicada pelo Estadão e pode ser conferida aqui, na íntegra.